Raul Sertã: ex-diretora mobilizou empresários para recuperar Central de Esterilização

Nota afirma que equipe de manutenção trabalhou até fins de semana "para não sofrer boicote" e que uma autoclave estava funcionando até 26 de dezembro
quarta-feira, 10 de janeiro de 2018
por Marcio Madeira
O centro cirúrgico do Raul Sertã, reformado no ano passado (Arquivo AVS)
O centro cirúrgico do Raul Sertã, reformado no ano passado (Arquivo AVS)

Novamente paralisada, após breve período de funcionamento em dezembro, a Central de Materiais e Esterilização (CME) do Hospital Raul Sertã continua a render novas notícias a cada dia, num processo que apenas a abertura total dos registros e o acesso pleno às informações seria capaz de estancar. Em resposta a notas publicadas pela coluna Massimo desta terça-feira, 9, integrantes da direção recém-exonerada do hospital entraram em contato com A VOZ DA SERRA buscando compartilhar sua versão sobre a CME. 

As declarações da equipe apontam que profissionais da manutenção teriam optado por trabalhar durante os fins de semana, a fim de evitar ações de “boicote”, que alegadamente teriam ocorrido em dias de semana.

Segue a reprodução do documento, na íntegra:

“A obra (de recuperação da CME) foi um compromisso da Dra. Leticia Latini Bechara Khunert junto ao MPE no ato da interdição. Diante da manifestação de alguns servidores do setor, que passaram a narrar problemas na prestação do serviço, e pela não iniciativa da Secretaria de Saúde em iniciar as obras, a mesma junto a sua equipe (enfermeiras Nicole Cipriano e Jacira Ramos, e os coordenadores Júnior Vargas e Patrícia Rodrigues) deu início à arrecadação de materiais para ajustar todos os apontamentos estruturais. E cabe aqui uma ressalva: a dra. Letícia assumiu a direção geral em maio e já encontrou apenas uma autoclave em funcionamento. Essa autoclave nem sequer fora citada no termo de interdição.

Em setembro iniciou-se por conta própria a empreitada para dar dignidade à população e aos servidores e médicos do hospital. Tivemos a colaboração de empresas, médicos e empresários. A mão de obra fora dos funcionários da manutenção, que por vezes trabalharam aos finais de semana, para não sofrerem boicote, como ocorria durante a semana. No dia 4 de dezembro iniciamos os testes com a autoclave que estava em funcionamento. O equipamento funcionou regularmente até 26 de dezembro, e cópia dos testes foi enviada ao MPF.

A abertura da CME fora feita pela Vigilância Sanitária do Estado e acompanhada com um representante do MPE e do MPF, tudo regularmente conferido e fotografado, inclusive os livros de funcionamento do setor. Também demos ciência à Secretaria de Saúde, ao prefeito e aos vereadores da situação e da oposição. Fizemos um trabalho técnico e não político. Enviamos documentos de todos os fatos a todos os órgãos para evitar a tentativa de imputarem a essa direção e sua equipe fatos que não nos competem. Aqui se remete ao desabastecimento de medicamentos. Nos próximos dias enviaremos cópia dos processos de doação, pois precisamos da autorização expressa dos mesmos quanto à publicidade. Alguns optaram por anonimato por não quererem suas imagens vinculadas a política, mas contribuíram por entender que o Raul Sertã é a porta de entrada para todos. Sejam ricos ou pobres, o primeiro atendimento em caso de urgência e emergência é feito ali.

Cabe ressaltar que as doações foram feitas com o respaldo legal da lei municipal 341/2014. A dra. Letícia Khunert e sua equipe sempre primaram pela transparência dos fatos e por um atendimento humanizado à população”.

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