A artista plástica Raquel Nader mostra a exposição “Ori” na galeria da Casa Suíça, que fica aberta para visitação até 8 de julho, todos os dias, das 9h às 18h. O tema da mostra são os orixás do candomblé, retratados com sensibilidade e riqueza de detalhes. Ao todo são 15 painéis nos quais foram utilizados diferentes materiais, como papelão e tecidos para confeccionar as obras. A entrada é franca. LIVRE
A mostra homenageia os 194 anos de Nova Friburgo e os 124 anos da abolição oficial da escravatura, ambas as datas transcorridas em maio. Com a exposição, a Casa Suíça propõe uma reflexão sobre a presença negra na cidade. Nas obras foram utilizados materiais que seriam normalmente descartados, mas que foram transformados em beleza, aliando consciência ambiental à proposta de valorização das etnias formadoras do Brasil.
Raquel já foi professora de artes em colégios das redes pública e particular em Nova Friburgo. “Ori” é a sua primeira exposição individual e já esteve em cartaz no Sesc. “Já participei de algumas exposições coletivas, mas nunca tinha feito uma só com meus trabalhos”, contou Raquel.
Ao retratar os orixás, suas cores e seus ritos, a exposição também valoriza a cultura negra. “Desde a aprovação da Lei 10.639, que estabelece o ensino da história e da cultura africana e afro-brasileira nas escolas, venho me dedicando ainda mais a esse trabalho de resgate das nossas raízes e da autoestima dos negros”, diz a artista.
ORI
Ori é um termo presente em vários idiomas, do iorubá ao japonês, passando pelo latim e chegando ao português em forma de prefixo. “Ori” quer dizer cabeça em ioruba (ori-xá) e dobradura em japonês (ori-gami). No candomblé significa a cabeça, ou seja, a mente, a inteligência, e, por extensão, a alma orgânica. Já no latim, traduz-se por elevar-se, lançar-se ou surgir, nascer—estando ligado à fonte, raça, antepassado, fundador.
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