Raio X do turismo: Véu das Noivas está abandonado

Estrutura que mantinha cachoeira artificial em funcionamento foi danificada por queda de barreira na tragédia de 2011
terça-feira, 08 de agosto de 2017
por Dayane Emrich
Mureta de proteção caída: retrato do abandono do local (Foto: Henrique Pinheiro)
Mureta de proteção caída: retrato do abandono do local (Foto: Henrique Pinheiro)

Seis anos depois de atingida pela tragédia de 2011, a queda d’água do Véu das Noivas, em Furnas, no distrito de Conselheiro Paulino, permanece desativada. Pior: abandonada. É o que revela a segunda reportagem da série "Raio X do Turismo", sobre as condições dos principais cartões postais de Nova Friburgo. Na semana passada, a série mostrou que o Parque do Cão Sentado, também em Furnas, está limpo e recém-reformado.

Já o Véu das Noivas, que já foi um dos atrativos turísticos de Nova Friburgo, recebendo centenas de visitantes todos os anos, ainda é ponto de encontro de friburguenses e visitantes, mas agora somente por conta de um restaurante situado no local.

Quem passa pelo Véu hoje, além de não poder desfrutar da beleza da cachoeira artificial que muito serviu como ambientação para fotografias, encontra muito mato, lixo espalhado e calçadas quebradas. Parte das muretas de proteção caiu e a escadaria que dava acesso a trilha que chegava à margem do Rio Bengalas foi tomada pela vegetação.

“É uma pena, este era um lugar onde muitas famílias vinham para passear e tirar fotos. Hoje, inclusive, contratei por conta própria uma pessoa para capinar parte do local e ajudar da forma que posso”, disse o empresário e proprietário do restaurante situado no complexo Véu das Noivas, Gessé Pontes de Almeida Júnior, de 27 anos.

Para a estudante Thaís Blaudt Dottino, de 23 anos, a desativação da cachoeira representa uma grande perda para o turismo friburguense. “Está abandonada. A cachoeira precisa ser recuperada e seu entorno reformado o quanto antes. O local necessita de limpeza, capina, instalação de novos muros de proteção, bancos, lixeiras, pintura do meio fio”, afirmou ela.

A queda d’água artificial possuía 90 metros de altura e era resultado do excesso de água de um canal que alimentava as máquinas da Usina do Catete. Em épocas de chuva, geralmente a cascata funcionava e, em períodos em que o nível do rio estava baixo, era desligada. Desde as fortes chuvas de janeiro de 2011, contudo, a cachoeira não foi mais acionada. Isso porque, de acordo com a Secretaria Municipal de Turismo, o Véu das Noivas foi afetado pela tragédia, já que a estrutura de condução das águas que abasteciam o equipamento teria sido danificada pela queda de barreiras próximo à usina. Ainda segundo a Secretaria, o canal de adução foi atingido, consequentemente, interrompendo a atividade da cachoeira.

Em nota, o governo municipal destacou que já existe um projeto para reativar o ponto turístico. “A Secretaria de Turismo em parceria com as secretarias municipais de Meio Ambiente e de Obras vem traçando uma estratégia de trabalho, onde buscará apoio empresarial, bem como alinhamento com as questões ambientais junto aos órgãos competentes, o que incluirá todo o complexo que envolve o Véu das Noivas e não apenas a queda d'água”.

Em outra parte do texto, o secretário de Turismo, Wilton Neves, declarou que "o Véu das Noivas é um atrativo turístico tradicional, culturalmente de muito valor agregado para Nova Friburgo, e que poderá voltar a representar nossa cidade e atrair milhares de turistas para desfrutar das belezas naturais, clima e gastronomia, dentre tantos outros atrativos que o município e os friburguenses oferecem a seus visitantes", observou.

 

  • Calçadas quebradas estão entre os principais problemas do ponto turístico (Foto: Henrique Pinheiro)

    Calçadas quebradas estão entre os principais problemas do ponto turístico (Foto: Henrique Pinheiro)

  • Lixo por todo o lugar, além de mau cheiro (Foto: Henrique Pinheiro)

    Lixo por todo o lugar, além de mau cheiro (Foto: Henrique Pinheiro)

  • Escada que dava acesso à trilha na margem do Rio Bengalas tomada pelo mato (Foto: Henrique Pinheiro)

    Escada que dava acesso à trilha na margem do Rio Bengalas tomada pelo mato (Foto: Henrique Pinheiro)

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
TAGS: Turismo
Publicidade