Raio-X do Rio Bengalas

Beleza em plena área urbana esbarra na falta de lixeiras e maus hábitos da população
quarta-feira, 30 de março de 2016
por Dayane Emrich
(Foto: Lúcio Cesar Pereira)
(Foto: Lúcio Cesar Pereira)

As margens do Rio Bengalas, no centro da cidade, vêm sendo frequentadas por muitos friburguenses para a prática de caminhadas, corridas e passeios de bicicleta. As calçadas junto a avenidas muito movimentadas, como a Comte Bittencourt e a Galdino do Valle Filho, têm sido utilizadas como um refúgio de fim de expediente para a realização de esportes, passeios com cães, entre outras atividades.

A presença de suntuosas e centenárias árvores torna o cenário ainda mais especial. De médio e grande porte, as espécies variadas, além de embelezar a paisagem urbana, contribuem para o sombreamento das avenidas que integram o eixo de perímetro urbano da RJ-116 e, consequentemente, para amenizar o calor. Com um pouquinho de atenção, quem passa por ali pode observar ainda a presença de aves de variadas espécies; entre garças e muitos pássaros. Isso sem mencionar as flores, principalmente durante a primavera.

Por outro lado, se a beleza do local e a falta de odor no leito (o que já foi objeto de reclamações não muito tempo atrás) estão entre os pontos positivos, por outro, o assoreamento, isto é, o acúmulo de detritos no fundo do rio, tem sido alvo de queixas dos transeuntes. “Tem tantos pneus dentro do rio que dá para montar uma borracharia”, disse, ironicamente, a dona de casa Maria Moreira, de 57 anos, destacando que “é por isso que o rio transborda em épocas de chuva forte. As pessoas jogam lixo onde não devem e ninguém faz nada para reverter a situação”, completa.

Outro problema apontado por ela é a pouca quantidade de lixeiras. “Do Paissandu até o Suspiro se tiver duas é muito”, exclama. “A falta de lixeiras é um problema em praticamente toda a cidade. Entretanto, aqui é mais grave, pois as pessoas descartam o lixo nas calçadas e os detritos acabam indo parar no rio”, observa a estudante Ana Clara Mota, de 18 anos.  

Na opinião de Lúcio Paulo Coelho Garcia, de 49 anos, a falta de assiduidade na limpeza do local e a falta de pintura das pontes demonstram o descuido com os espaços públicos. “Nova Friburgo é uma cidade linda. É preciso cuidar, estar sempre limpando, principalmente essas áreas centrais, onde a circulação de pessoas é maior, inclusive de turistas”, pontua.

A calçada e ciclovia estreitas também viraram pauta das reivindicações e há até quem questione a sua funcionalidade. Segundo Paulo, ambos os espaços são muito pequenos, o que obriga pedestres e ciclistas a disputarem por passagem. “Do que adianta uma ciclovia estreita que mal cabe a bicicleta?”, pergunta ele.

Na manhã da última segunda-feira, 28, a Secretaria municipal de Serviços Públicos enviou uma equipe ao local para a poda da vegetação. Na mesma data, a reportagem de A VOZ DA SERRA entrou em contato com a Subsecretaria de Comunicação Social questionando as medidas a serem adotadas sobre o assoreamento do rio, a pintura das pontes e a frequência com que é feita a limpeza da vegetação. Entretanto, até o fechamento desta edição não obteve resposta.

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