Queimadas: o transtorno
de todo inverno na serra
Neste período do ano em que a estiagem prolongada, combinada com o vento forte, ajuda a propagar o fogo, as queimadas têm sido um problema sério para Nova Friburgo, pois a vegetação seca fica mais vulnerável ao fogo. O efeito óbvio das queimadas é a destruição do meio ambiente.
Prática primitiva da agricultura, destinada principalmente à limpeza do terreno para o cultivo de plantações ou formação de pastos, com uso do fogo de forma controlada, as queimadas podem gerar danos e prejuízos diversos, e não só à natureza. Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), durante os meses de junho e novembro, grande parte do país é acometida por queimadas, que se estendem praticamente por todas as regiões, com maior ou menor intensidade.
O fogo é normalmente empregado para fins diversos na agropecuária, na renovação de áreas de pastagem, na remoção de material acumulado, no preparo do corte manual em plantações de cana de açúcar etc. Trata-se de uma alternativa geralmente eficiente, rápida e de custo relativamente baixo quando comparada a outras técnicas que podem ser utilizadas para o mesmo fim. Os estados que tradicionalmente apresentam maior número de focos de calor—portanto, mais propícios a queimadas—são o Mato Grosso e Pará.
Aqui em Nova Friburgo as queimadas já preocupam as autoridades. O 6° Grupamento de Bombeiro Militar (6° GBM) recebeu de sábado, 27, até ontem, 31 de agosto, nove chamados para o combate a queimadas, alguns em locais de difícil acesso.
No último fim de semana, outra área de aproximadamente 400 metros foi destruída pelo fogo no Loteamento Marechal Rondon, também no Cônego. Na tarde de segunda-feira, 29, os terrenos nas imediações do Estádio Eduardo Guinle, em Olaria, foram devastados pelas queimadas; o mesmo acontecendo na tarde de terça-feira, no Parque D. João VI, onde moradores ficaram apreensivos com a possibilidade das chamas atingirem suas casas. Muitos moradores acreditam que alguns incêndios tenham sido criminosos. A fumaça constante já prejudica a rotina do bairro devido à fuligem e ao comprometimento respiratório, principalmente em crianças.
O problema é sério porque, após a tragédia de 12 de janeiro, a vegetação friburguense está bastante seca, montanhas foram devastadas e o clima quente, associado às ventanias de fim de tarde, contribuem para o aumento do fogo, que se alastra por regiões inteiras.
O Corpo de Bombeiros orienta a população para não jogar pontas de cigarro em locais com vegetação seca e evitar a queima de lixo em terrenos baldios. Também é recomendável recolher o lixo todo durante caminhadas ou trilhas em meio à natureza—e não soltar balões.
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