Queda nas vendas deve reduzir contratações temporárias

Expectativa é de recuo de 2,4% dos postos de trabalho provisórios em relação a 2015
sexta-feira, 16 de setembro de 2016
por Karine Knust
As lojas de vestuário e acessórios deverão amargar queda anual superior a 11% no Natal de 2016, de acordo com a previsão da Confederação Nacional do Comércio, o que deve influenciar a decisão de empresários na hora de contratar mão de obra temporária (Foto: Henrique Pinheiro)
As lojas de vestuário e acessórios deverão amargar queda anual superior a 11% no Natal de 2016, de acordo com a previsão da Confederação Nacional do Comércio, o que deve influenciar a decisão de empresários na hora de contratar mão de obra temporária (Foto: Henrique Pinheiro)

O fim do ano não deve ser muito fácil para os lojistas e para aqueles que costumam buscar uma vaga temporária de trabalho no comércio nesta época. Isso porque, de acordo com a previsão da Confederação Nacional do Comércio (CNC), pelo segundo ano consecutivo, o país deve apresentar queda nas vendas e na contratação de funcionários temporários. A estimativa do órgão é de que a retração chegue a 3,5% no faturamento do varejo e o recuo em postos de trabalho provisórios ofereidos atinja a marca de 2,4%, em relação ao ano anterior.

Ainda segundo a previsão, os maiores volumes de contratação no país devem se concentrar no segmento de vestuário e supermercados, com 62,4 mil e 28,9 mil vagas, respectivamente. “Além de serem os ‘grandes empregadores’ do varejo — juntos eles representam 42% da força de trabalho do setor — esses segmentos costumam responder, em média, por 60% das vendas natalinas”, afirmou a CNC.

Mesmo assim, em Nova Friburgo, os comerciantes do setor de vestuário não estão muito otimistas. De acordo com a proprietária de uma tradicional loja de calçados do centro da cidade, Glaucia Mastrângelo, a instabilidade financeira tem gerado resultados alarmantes para o setor. “Nossa família tem mais de 60 anos de comércio e, para mim, esta é a primeira vez que sentimos uma situação como essa. Tínhamos oito vendedores e três crediaristas. Hoje reduzimos nosso quadro para quatro vendedores e apenas uma crediarista. E, mesmo com essa redução, não devemos contratar temporários este ano”, afirma ela.

Em outra tradicional loja de roupas, também no centro da cidade, o gerente Adriano Batista afirma que haverá contratações de temporários, mas em número 50% menor em relação ao ano passado. “Já começamos a preparar os estoques para o Natal, mas, infelizmente, nossa expectativa não é das melhores. Estamos prevendo uma queda nas vendas de cerca de 15% em relação a 2015. Por isso, vamos reduzir a contratação de funcionários provisórios pela metade. Hoje temos 16 pessoas trabalhando na loja, costumávamos colocar mais dez extras para atender a demanda do período, mas este ano devemos colocar no máximo cinco”, conta Adriano. 

Em contrapartida, ao contrário de 2015, quando o real sofreu desvalorização de 47%, este ano a possível queda na taxa de câmbio deve estimular importações por parte do varejo. De acordo com a Confederação, o setor supermercadista deve aproveitar o cenário fazendo estoque de produtos estrangeiros, registrando uma modesta queda no volume das vendas (-1,6%). Já as lojas de vestuário e acessórios deverão amargar queda anual superior a 11% no Natal de 2016.

A VOZ DA SERRA entrou em contato com a Câmara de Dirigentes Lojistas e o Sindicato do Comércio de Nova Friburgo, para saber a expectativa do órgão para o comércio de Nova Friburgo em relação ao Natal deste ano, mas até o fechamento desta edição não obtivemos resposta.

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TAGS: economia | comércio
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