Baixas temperaturas e recintos fechados formam o ambiente ideal para a proliferação de doenças infectocontagiosas de transmissão respiratória. É nesta época do ano que a equipe de Vigilância em Saúde registra aumento nos casos de meningites no estado. Este ano não está sendo diferente, mas o superintendente de Vigilância Epidemiológica e Ambiental da Secretaria de Estado de Saúde, Alexandre Chieppe, ressalta que a população não precisa se alarmar.
“Neste período do ano observamos uma queda natural nos números de doenças como a dengue e um aumento das doenças respiratórias, como as meningites. É resultado da queda de temperatura e maior aglomeração de pessoas. Até o momento, no entanto, os dados não diferem dos anos anteriores e não observamos tendência de aumento”, adverte Chieppe.
De 1º de janeiro a 18 de maio de 2012 foram registrados no estado 133 casos de meningite meningocócica, com 24 óbitos. No mesmo período de 2011, foram 34 mortes. Para o superintendente, ações simples podem ajudar a evitar a disseminação da doença: “Manter os ambientes arejados, evitar aglomerações e lavar sempre as mãos são medidas que ajudam a evitar o contágio”, aconselha Chieppe.
A DOENÇA - A meningite é uma inflamação das meninges, que são as membranas que envolvem o cérebro. Esta doença é causada, principalmente, por bactérias ou vírus, portanto são diversos os tipos de meningite. Nem todas são contagiosas ou transmissíveis. A meningite meningocócica, contagiosa, é causada por uma bactéria, o meningococo. Pode ser transmitida pelo doente ou pelo portador através da fala, tosse, espirros e beijos, passando da garganta de uma pessoa para outra. Nem todos que adquirem o meningococo ficam doentes, pois o organismo se defende com os anticorpos que cria através do contato com essas mesmas bactérias, adquirindo, portanto, resistência à doença. As crianças de 6 meses a 1 ano são as mais vulneráveis ao meningococo porque geralmente ainda não desenvolveram anticorpos para combatê-la. É uma doença grave e todos devem estar alertas para os sinais e sintomas porque, se diagnosticada e tratada logo, pode ser curada sem deixar sequelas para o doente.
SINAIS E SINTOMAS - Febre alta, dor de cabeça forte, vômitos (nem sempre, inicialmente), rigidez no pescoço (dificuldade em movimentar a cabeça), manchas vinhosas na pele, estado de desânimo, moleza. Nos bebês pode-se também observar moleira tensa ou elevada, gemido quando tocado, inquietação com choro agudo, rigidez corporal com movimentos involuntários, ou corpo “mole”, largado.
PREVENÇÃO E VACINAS - A vacina contra Meningococo C está atualmente disponível na rede pública para crianças com menos de 2 anos (doses aos 3, 5 e 15 meses), pois faz parte do Calendário Básico de Vacinação da Criança, do Ministério da Saúde. A vacina contra o haemophilus influenzae tipo B também protege contra a meningite e faz parte do calendário.
Deixe o seu comentário