Thereza Freire Vieira
Muitas vezes, o começo da vida foi difícil, trabalho pesado, luta constante, dia a dia cansativo, mas conseguiram bens. O casal que trabalhou lado a lado e fez economias tem todo o conforto no dia de hoje. Uma filha única, criada com linha dura, com mãos de ferro.
O casamento da filha não deu certo, tem um filho, tem a sua profissão. A mãe viúva mora sozinha, reclama, mas não admite a presença de parentes, acha que exploram. A obrigação é da filha viver com ela, ajudá-la. Ela não levou uma vida inteira lutando para terem o que possuem?
O relacionamento delas é o pior possível, a mãe é possessiva. Com a morte do marido, todos os bens ficaram em seu nome como usufruto, mas a filha não tem direito de dispor de coisa alguma nem de morar em uma das casas. Ela, a mãe, reclama que precisa alugar a casa para aumentar a sua renda, pois vive de pensão e a vida está difícil, que a filha venha morar com ela.
A mãe se diz muito doente e a filha vem para a sua casa, mas com isso não resolve o problema, continua se lastimando da falta de dinheiro, estão gastando muito.
Há pessoas que levam a vida infeliz, sofrem mas não querem dar um basta ao sofrimento, às incompreensões. Será que pensam que vão levar os bens que possuem para o caixão?
Não seria melhor usar os bens que possuem para fazer a felicidade dos filhos e dela própria, para que a velhice fosse mais tranquila, mais cheia de compreensão, amor e paz?’
(*) – Médica Geriátrica e escritora
colaboradora de jornais e revistas
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