Quando o assunto é tatuagem, o endereço é Olaria

Participações em eventos já renderam muitos troféus a Catuaba
quarta-feira, 10 de junho de 2015
por Jornal A Voz da Serra
Concentração e dedicação: essenciais para tatuagem (Eloir Perdigão/A Voz da Serra)
Concentração e dedicação: essenciais para tatuagem (Eloir Perdigão/A Voz da Serra)

Pelo nome poucos o conhecem: Rodrigo de Carvalho Lima. Já o apelido vem dos tempos em que ajudava o pai no bar, por causa de uma bebida, cujo nome ele achava engraçado. E foi assim, com a alcunha de “Catuaba”, que ele ganhou notoriedade. Primeiramente com desenhos em aerografia, em paredes e portões, alguns em grandes dimensões, e até camisas. Depois se dedicou à tatuagem, e o sucesso só aumenta.

Porém o sucesso conquistado por Catuaba não surgiu da noite para o dia. Lá se vão nove anos trabalhando com tatuagem. Estudou, aprendeu, participou de workshops, comprou seu material, montou o estúdio e pôs mãos à obra. O maior aprendizado veio com a junção da vontade de aprender com o entrosamento com outros profissionais e foi se aprimorando dia após dia.

Catuaba não faz ideia de quantas tatuagens fez ou quantas pessoas atendeu. Isto porque ele pode fazer uma única tatuagem o dia inteiro, grande e trabalhosa, ou pequena, do tamanho de uma moeda, em dez minutos.

Os prêmios

Catuaba participa de convenções de tatuagem, divididas em categorias. E os prêmios se sucedem, tanto que a galeria de troféus já causa impacto em seu estúdio. Para a competição ele pode levar um cliente com uma tatuagem já feita ou pode demonstrar na hora. É realmente uma competição. O tatuador friburguense já foi contemplado 51 vezes, algumas delas em primeiro lugar. Ele já participou desses eventos nos estados do Rio, Espírito Santo, Bahia e até no Uruguai.

Catuaba não fala em valores, mas para ele o cliente paga pela qualidade. Ele adverte que, na maioria das vezes, o barato sai caro. Se um trabalho é muito barato, pode significar que o profissional não esteja utilizando material de qualidade ou local adequado para o serviço. E material de qualidade é caro, como a máquina, agulhas, biqueira, fonte e tintas, além dos acessórios.

Catuaba tem uma palheta de cores completa. O cliente define a imagem e ele define qual cor usar, levando em consideração o tom da pele. Todo o seu material é descartável e registrado pela Anvisa. Há materiais esterilizados, mas Catuaba procura usar o máximo possível de descartáveis. São abertos e descartados na frente do cliente.

Experiência

O tatuador de Olaria garante que todas as partes do corpo podem ser tatuadas. Algumas porém são evitadas, como a palma da mão e sola dos pés, por causa do desgaste. Não há preferência: as tatuagens podem ser feitas nos braços, pernas, barriga, cabeça. “Depende do cliente. Não há um padrão”, salienta.

As tatuagens preferidas são dragões, tribais (indígenas) e os nomes, de filhos, pai e mãe, namorada, esposa. Não são exatamente doloridas, elas incomodam mais ou menos dependendo do local e da própria pessoa. E algumas resistem mais que outras.

Com a experiência adquirida, Catuaba ensina o seu ofício através de workshops. Em sua opinião, o mercado de tatuagem está crescendo muito. A procura é grande. Antes mais restrita aos jovens, atualmente pessoas mais idosas também procuram fazer tatuagem.

Dedicação

Devido à grande procura, Catuaba só atende em seu estúdio, em Olaria, de segunda a sábado, das 10h às 20h. Só sai para as convenções. Atende com hora marcada, assim mesmo com dois meses de antecedência. Serviços extras são evitados: “Se não a coluna e as vistas vão embora”, garante, por exigir muita concentração.

Sua clientela é dividida, metade de Nova Friburgo e a outra metade de outras cidades. Durante a reportagem, Catuaba atendia um rapaz do Rio de Janeiro. Tem clientes também de Niterói, São Paulo e cidades vizinhas a Nova Friburgo. Em seu estúdio, Catuaba conta com um aprendiz e um body piercer.

Atualmente Catuaba só trabalha com tatuagem, pois a demanda aumentou muito. No início ele contou com a ajuda do amigo Ramalho, que fazia caricaturas. E ele adverte que quem desejar trabalhar prestando esse serviço deve se aprimorar sempre. Uma opção é participar dos workshops que ele promove, não em Nova Friburgo, mas em outras cidades. Os próximos, em julho, serão em Salvador e Angra dos Reis. Porém, ele dá a dica final: “Acima de tudo, para exercer bem essa profissão, a pessoa deve ter muita concentração e, principalmente, dedicação”.

  • Quadro com sugestões de figuras para tatuar (Eloir Perdigão/A Voz da Serra)

    Quadro com sugestões de figuras para tatuar (Eloir Perdigão/A Voz da Serra)

  • A galeria de troféus chama a atenção no estúdio (Eloir Perdigão/A Voz da Serra)

    A galeria de troféus chama a atenção no estúdio (Eloir Perdigão/A Voz da Serra)

  • Entre as 51 distinções de Catuaba, alguns primeiros lugares (Eloir Perdigão/A Voz da Serra)

    Entre as 51 distinções de Catuaba, alguns primeiros lugares (Eloir Perdigão/A Voz da Serra)

  • Catuaba ensina sua arte em workshops (Eloir Perdigão/A Voz da Serra)

    Catuaba ensina sua arte em workshops (Eloir Perdigão/A Voz da Serra)

  • Entre as 51 distinções de Catuaba, alguns primeiros lugares (Eloir Perdigão/A Voz da Serra)

    Entre as 51 distinções de Catuaba, alguns primeiros lugares (Eloir Perdigão/A Voz da Serra)

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TAGS: tatuagem | estética
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