Quando a arte encanta e emociona

sexta-feira, 09 de abril de 2010
por Jornal A Voz da Serra

Sabe aquela arte capaz de encantar os olhos e o coração, numa espécie de amor à primeira vista? Aquela arte que emociona, impressiona e nos faz agradecer por tamanha beleza e criatividade?

As exposições Máscaras e Cálice, que podem ser apreciadas até o dia 22 de abril, no Centro de Arte (Praça Getúlio Vargas 71, Centro), retratam bem a sensação acima descrita. As obras são assinadas por dois talentosos friburguenses: Lu Noel e Marcelo Auad.

Luciléa Noel produziu as peças da mostra intitulada Máscaras. A artista notou que entre um trabalho e outro com a argila sempre fazia uma máscara, daí resolveu expor 23 delas, com o amigo e também artista plástico Marcelo Auad, que compôs texturas sobre painel. Auad denominou sua exposição de Cálice, já que aborda o universo da bebida alcoólica, “inventada para alegrar o coração do homem”.

Marcelo Auad: um trabalho sério, mas sem perder o humor

Auad sempre gostou de artes. Desde criança gostava de pintar, e fazia isso por hobbie até perceber que as pessoas de fato se interessavam pelas obras, a ponto de fazer propostas financeiras por elas. Daí em diante, o que era uma diversão tornou-se um trabalho sério (mas sem perder o fundamental bom humor, claro), e há dez anos Marcelo comercializa suas obras no ateliê que mantém em São Pedro da Serra.

O artista produz somente aquilo que lhe agrada, geralmente retratando povos antigos, como os egípcios, índios, ou imagens com as quais se identifica. Até mesmo as telas que Marcelo pinta são feitas por ele próprio, com madeira e algodão cru.

Sobre seu novo trabalho, Cálice, Marcelo não hesita na justificativa do nome: “A bebida foi inventada para alegrar o coração do homem e a exposição é uma homenagem a todas as boas pessoas que me fizeram e fazem sorrir”, diz.

Luciléa Noel: satisfação rende mais que o lucro

Luciléa, ou Lu, como é carinhosamente conhecida e tratada por amigos e fãs, trabalha com arte desde 1990, quando conheceu seu grande mestre, o artista plástico Mário Valdanini, “incentivo e impulso até hoje”, como ela mesma define.

“Sinto-me privilegiada por poder contar com o talento e a boa vontade do Valdanini sempre”, emenda. A artista comercializa suas peças em São Pedro da Serra, Búzios e Rio de Janeiro. Sua especialidade é mesmo a cerâmica, mas Lu também gosta de ensinar, e ministra aulas de introdução ao torno, fazendo peças utilitárias e esmaltadas de alta temperatura.

Lu faz exposições desde 1995 e já apresentou seus trabalhos em vários locais, como no Country Clube e no Chá com Arte, espaço criado por ela e que reúne os trabalhos de amigos também artistas. “Costumo fazer isso uma vez por ano, em minha casa. Convido alguns amigos artistas e fazemos uma coletiva, com direito a chá, bolo e a um bom bate-papo”, afirma.

O trabalho de Luciléa não tem um público-alvo, ela faz o que gosta na esperança de que gostem do resultado, o que geralmente acontece. Para ela, a maior dificuldade de trabalhar com arte é quando o artista visa somente ao lucro. “O lucro também é importante, mas não é tudo. Para mim, a satisfação está em primeiro lugar”, afirma.

Lu sempre trabalhou com argila, às vezes aliada ao tecido, como nos bonecos que faz. Mas nutre um fascínio por máscaras. “Percebi isso quando observei que, entre um trabalho e outro, eu sempre fazia uma máscara”, conta. Decidiu então esculpi-las, cuidadosamente. “Pouco a pouco, a cada dia uma imagem: um sorriso, um olhar, às vezes sol, às vezes lua... E assim surgiram as 23 máscaras que estão na exposição”, revela Lu Noel.

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