Recentemente, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) divulgou um estudo com uma previsão assustadora: o país pode ter 190 mil casos de câncer de pele em 2014, com expectativa de 2.000 mortos por causa da doença.
Estes dados, além do fato de o Brasil ser um país localizado quase totalmente entre o Equador e o Trópico de Capricórnio e, consequentemente, ter uma população sujeita à alta exposição solar, além da grande miscigenação da população, levou a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) a criar o Consenso Brasileiro de Fotoproteção. Trata-se do primeiro documento oficial sobre fotoproteção desenvolvido no Brasil, focado na nossa população, em vez de replicar dados de outros países, grande parte com características diferentes da nossa.
A verdade é que os brasileiros precisam se proteger mais da exposição solar e assim diminuir a incidência de câncer de pele. O ideal para isso é o uso diário de fotoprotetores fator 30, no mínimo.
No site da entidade – www.sbd.org.br – é possível acessar o Consenso e verificar quais as recomendações dadas pelos dermatologistas.
Um ponto interessante é o capítulo que trata da educação desta matéria, sendo que uma das recomendações da SBD tem como alvo a escola, que deve ter participação nesse tipo de conscientização, tanto de crianças quanto de adolescentes, inclusive incorporando no currículo o tema Fotoproteção.
Medidas fotoprotetoras
Outro tema destacado nesse capítulo é a necessidade de ações para trabalhadores externos, ou seja, aqueles que fazem serviços ao ar livre. A SBD afirma que não existe uma medida fotoprotetora que, isoladamente, garanta uma proteção adequada, sendo recomendada assim, "a combinação do maior número possível de medidas como estratégia mais correta”.
De qualquer forma, não deve acontecer a exposição ao sol no período entre 10 e 15h. Dependendo da época do ano e da localidade a restrição ao sol deve ser ainda maior. No Nordeste, por exemplo, recomenda-se que se evite a exposição a partir das 9h. A utilização de óculos de sol, guarda-sóis, tendas ou sombras naturais, como a de uma árvore, também são indicadas.
É fundamental também que se compre e se use corretamente o protetor solar, que deve ser utilizado diariamente, independente de sexo, idade ou tipo de pele. Um dermatologista pode dar a orientação ideal. Para garantir o efeito de proteção desejado, o produto deve ser aplicado na forma e quantidade adequadas e ser, inclusive, reaplicado no tempo certo. Essa reaplicação vai depender do protetor utilizado, do tipo e intensidade de exposição, do contato com a água e suor e da área exposta. Geralmente passa-se novamente o produto a cada duas ou três horas ou depois de longos períodos dentro d’água.
Vitamina D
Para evitar que as pessoas fiquem muito expostas ao sol, sem proteção, para obter o acúmulo de vitamina D – ligada à capacidade do organismo obter cálcio e, consequentemente, evitar doenças ósseas – e com isso se arriscarem a adquirir câncer de pele, a SBD cita um estudo que mostra que 10 minutos diários de exposição ao ar livre, só das mãos e face – incluindo dias nublados e chuvosos –, já são suficientes para a produção da vitamina D adequada. O documento da entidade diz ainda que, além da produção na pele, a vitamina D pode ser adquirida através da dieta ou por suplementos vitamínicos.
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