Protesto na UPA: ex-funcionários denunciam atraso no pagamento de salários e rescisões

Mais de 30 terceirizados ainda não receberam os pagamentos por serviços prestados à unidade de saúde
quinta-feira, 10 de setembro de 2015
por Alerrandre Barros
Os ex-funcionários foram à UPA em busca de uma solução para o problema (Foto: Lúcio Cesar Pereira)
Os ex-funcionários foram à UPA em busca de uma solução para o problema (Foto: Lúcio Cesar Pereira)

Porteiros, maqueiros e profissionais que trabalhavam nas áreas de limpeza e manutenção da Unidade de Pronto Atendimento (UPA), no distrito de Conselheiro Paulino, não conseguem rescindir o contrato de trabalho e receber os salários atrasados que deveriam ter sido pagos pela LMFaz, empresa carioca que prestava serviços na unidade de saúde. Um grupo de seis ex-funcionários se reuniu em frente à UPA, na manhã de ontem, 10, em busca de uma solução para o problema, que dura já dura cerca de dois meses.

“Nós fomos avisados que seríamos demitidos no último dia 17 de julho. Cumprimos o aviso prévio e a empresa faria a rescisão no dia 17 agosto, mas isso não aconteceu. A LMFaz alega que não recebeu o pagamento do Instituto Unir, que administra a UPA. Por outro lado, a Unir afirma que pagou a LMFaz. Está um jogo de empurra-empurra, e a gente fica no meio, com as contas atrasadas e o nome indo parar no SPC”, reclama Wellington Serafim, que trabalhava como porteiro na UPA.

A empresa LMFaz Serviços e Terceirização atua na UPA de Friburgo desde outubro do ano passado. Segundo Wellington, das 32 pessoas que trabalhavam para a empresa e foram demitidas, mais da metade foi reaproveitada pelas outras três empresas que prestam serviço na UPA para a administradora Unir. “O pagamento de julho veio errado para muitos de nós. Teve funcionário que recebeu apenas R$ 500. Além dos salários atrasados, nós também temos que receber dois meses e meio de vale-transporte e alimentação. Mas essa não é a primeira vez que a LMFaz não cumpre os compromissos. Uma vez ficamos mais de 20 dias sem receber salário”, contou o porteiro.

Além da administração e do serviço de manutenção e limpeza, o laboratório, o serviço de raio-X, ambulância e o sistema de segurança são terceirizados na unidade médica de Conselheiro Paulino. O problema com os ex-funcionários não afetou o atendimento médico na UPA ontem. Enquanto o grupo esperava no pátio da unidade de pronto-atendimento, o secretário municipal de Saúde, Rafael Tavares, conversou com um representante do Instituto Unir dentro da UPA. Após a reunião, ele disse que tentará resolver o problema da maneira mais ágil possível, apesar de não ser competência da Prefeitura.

“Nós estamos sensíveis aos problemas dos trabalhadores. O governo pagou a Unir e, por sua vez, a Unir afirma que fez o repasse a LMFaz, ou seja, o problema não é falta de verba. Eu vou conversar com o prefeito Rogério Cabral para tentarmos resolver isso da forma mais amigável e rápida possível. Vocês não podem ficar esperando muito tempo”, disse o secretário aos ex-funcionários.

“Nós queremos evitar ter que recorrer à Justiça porque ela é morosa, mas se for necessário faremos isso”, comentou o porteiro Wellington. Os vereadores Cláudio Damião, Zezinho do Caminhão e Ricardo Figueira, além de Humberto Damasceno, do Conselho Municipal de Saúde, também acompanharam o protesto silencioso do grupo de trabalhadores ontem de manhã. A VOZ DA SERRA entrou em contato com a LMFaz para tentar esclarecer as causas do problema, mas, até o fechamento da reportagem, não obteve resposta.

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