Munidos de faixas e cartazes, entre 80 e 100 manifestantes fizeram nesta terca-feira, 22, um protesto pacífico na Câmara dos Vereadores contra o polêmico projeto que libera a realização de rodeios em Nova Friburgo. A sessão era apenas de prestação de contas. O vereador Joelson do Pote (PDT) discursou contra o projeto e foi muito aplaudido. Ele é filho do ex-vereador Manoel do Pote, autor da lei municipal que, desde 2010, proíbe a realização de rodeios em Friburgo.
A VOZ DA SERRA está realizando uma enquete online para saber a opinião dos leitores sobre o projeto.
Se por acaso for aprovado, o projeto deverá ser vetado pelo prefeito Renato Bravo. Em nota divulgada na tarde desta terça, a prefeitura informou que qualquer prática fora do contexto de apoio à causa animal “não tem e não terá apoio desta gestão”.
“A Subsecretaria de Bem-Estar Animal, como o próprio nome preconiza, é contrária a qualquer ato de crueldade com os animais, incluindo-se, obviamente, os rodeios. Vale ressaltar que a Subea está, desta forma, coerente e inserida na proposta do Governo Renato Bravo. O chefe do Executivo municipal já se posicionou recentemente como aliado da causa animal ao anunciar que pretende transformar Nova Friburgo em Cidade Amiga dos Animais. Portanto, qualquer prática fora deste contexto não tem e não terá apoio desta gestão”, diz a nota da prefeitura.
O polêmico projeto deixou as redes sociais em polvorosa o dia inteiro. O protesto na Câmara, a partir das 17h30, foi convocado por defensores da causa animal.
O projeto do vereador Marcio Damazio (DEM) ainda não tem data para entrar em pauta. A Câmara está dividida sobre o tema.
Enquanto defensores dos animais sustentam que rodeios provocam maus-tratos, o que configura crime e não pode ser considerado fenômeno cultural, defensores da prática alegam que a fiscalização nesses casos é muito rigorosa para assegurar que não haja maus-tratos aos animais e movimenta a economia e o turismo.
O vereador Marcio Damazio admitiu À VOZ DA SERRA que poderá retirar o projeto da pauta a qualquer momento, mas não o fará sob pressão popular. Ele disse que há grupos formados por empresários do setor agrícola, turístico e hoteleiro que defendem o projeto, mas não abertamente, por medo da opinião pública.
Cavaleiro e entusiasta de rodeios, Damazio negou que haja maus-tratos em eventos legalizados como pretende promover em Friburgo. Segundo ele, um touro de rodeio chega a valer R$ 200 mil. “Quem maltrataria um animal tão valioso?”, questionou.
Como resultado da proibição de rodeios na cidade desde 2010, segundo Damazio, esses eventos, frequentados por friburguenses, são realizados em municípios vizinhos, movimentando suas economias e o turismo.
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