Projeto de recuperação do trânsito prevê terceirização do estacionamento público

Eloir Perdigão

O grande destaque da apresentação do projeto de recuperação do trânsito em Nova Friburgo foi a terceirização do estacionamento público. Participaram do ato o prefeito Dermeval Neto, o superintendente da Autran, Celso Novaes, o secretário de Ordem Urbana, Hudson de Aguiar Miranda, e o subsecretário desta pasta, André Santos, que mostrou aos representantes da imprensa e interessados no tema os detalhes de todo o projeto.

PENSAR E REPENSAR

Para Dermeval, muito já se falou sobre o trânsito friburguense, mas é preciso pensar e repensar o assunto. Disse, hipoteticamente, que se uma carreta quebrar no Paissandu é preciso encontrar uma saída. Detalhe importante citado pelo prefeito é que há 15 anos não há investimento no trânsito da cidade, sem a compra de um sinal sequer.

“O trânsito em Nova Friburgo ainda está na base do apito, enquanto hoje tudo já está no computador”, comentou Dermeval. Ele frisou que, devido aos recursos da Prefeitura, as soluções do trânsito precisam passar por parcerias.

ONDA VERDE

Celso Novaes se referiu às críticas feitas através de A VOZ DA SERRA ao trânsito friburguense. E diz que os leitores têm razão. Mas fez uma comparação: “Caiu sobre seu colo uma bomba de 15 anos”, sem que tenha havido qualquer investimento no trânsito. “E hoje, investir no trânsito, não é barato”.

Novaes frisou que a Prefeitura não recebe verba para o trânsito. Por isso é preciso trabalhar com os recursos que a Autran tem que gerar. E a solução apontada é a terceirização do estacionamento público. Quem ganhar a licitação deverá custear as despesas da Autran.

Celso Novaes foi cauteloso ao falar de modificações. Referiu-se às mudanças já efetuadas na Rua General Osório e a pretensão de inverter a mão de direção da Rua Monsenhor José Antônio Teixeira (antiga São João) e acabar com o contorno no Largo do Encontro, entre a Igreja Luterana e o Edifício Itália. Outras mudanças no Paissandu só depois que começar a entrar o dinheiro da terceirização do estacionamento, incluindo a implantação da onde verde no Centro.

Falando das dificuldades da Autran durante a solenidade, Novaes citou que todas as faixas foram perdidas com as chuvas de janeiro; e em 1994, quando comandou o 11º Batalhão de Polícia Militar, tinha 40 homens cuidando de um trânsito de 60 mil veículos que, inclusive, dispunham de viaturas e equipamentos. Hoje são 91 mil veículos emplacados no município e somente 12 agentes da Autran. Ele comentou que assumiu a Autran no dia 3 de janeiro e a catástrofe aconteceu no dia 12. E pediu paciência aos friburguenses.

Para Celso Novaes, o estacionamento público é a única forma da Autran ter recursos e o pensamento é terceirizá-lo. Quem vencer a licitação dará em contrapartida à Prefeitura a manutenção dos sinais e dos veículos da Autran. Só para dar um exemplo, Novaes comentou que o eletricista que faz a manutenção dos sinais da cidade é da Secretaria de Obras e que o plano apresentado visa adequar o trânsito de Nova Friburgo ao Século 21.

A TERCEIRIZAÇÃO

Coube a André Santos apresentar o plano de recuperação do trânsito, dando total ênfase à terceirização do estacionamento público. Tudo pensado após a tragédia climática de janeiro passado. Ele apontou como solução para o trânsito de Nova Friburgo a estrada do contorno e que o estacionamento Zero foi implantado na tentativa de reduzir o trânsito no centro da cidade.

No entanto, admitiu André, o sistema está quase inoperante, não rende a terça parte que poderia à Autran e não foi expandido. Por isso se busca a concessão, baseada na troca de serviços à Autran.

Um dos principais itens considerados no projeto, a pedido do prefeito Dermeval, é a geração de trabalho e renda para os friburguenses, com a contratação de controladores de tráfego, sistema de rádio comunicação, manutenção semafórica e de viaturas, modernização dos semáforos, radares de velocidade e avanço de sinal, painéis informativos, educação para o trânsito, entre outros.

André prevê que a licitação, cujo projeto foi enviado pelo prefeito à Câmara Municipal, deva ser feita em dois meses.