(SECOM) No início do ano passado, a Coordenação de Saúde Mental de Nova Friburgo firmou parceria com voluntários da área de psicologia (profissionais particulares), psicólogos da rede, Universidade Estácio de Sá, o grupo Médicos Sem Fronteiras; Instituto Karunã, de São Paulo, e com a Associação Brasileira de Psiquiatria. Em abril, o grupo da associação de psiquiatria iniciou o trabalho de atendimentos para crianças e adolescentes vítimas das chuvas.
Embora a procura não tenha sido grande, de imediato, com o passar dos meses, as pessoas se interessaram pelo atendimento, o que já era de se esperar, pois a síndrome do pânico e o transtorno do estresse pós-traumático—TEPT—podem ocorrer meses ou anos depois do evento, segundo os psicólogos.
“O trabalho inicial foi extremamente importante para que não tivéssemos um transtorno maior na cidade. Temos uma média de 1.400 atendimentos em saúde mental por mês. Se formos contabilizar em percentual, podemos contar com um aumento de 30% de casos que sejam diretamente relacionados com a catástrofe, entre adultos, adolescentes e crianças”, destaca Elaine Gomes, coordenadora da Saúde Mental da Fundação Municipal de Saúde.
A proximidade do verão fez com que a possibilidade de novas chuvas aumentasse a atenção para um novo evento climático, ocasionando, assim, aumento na sensação de insegurança e de ansiedade. “Nós já tivemos uma reunião com as lideranças comunitárias e responsáveis pelos pontos de apoio para instruir esse grupo em como lidar com as pessoas em situações de desastre natural, minimizando, assim, situações de descontrole emocional e o surgimento de transtornos psíquicos futuros”, conclui a coordenadora.
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