Quando a bola rola, os 11 jogadores em campo representam o esforço de uma grande equipe envolvida para a realização de um jogo de futebol. Os uniformes limpos e as chuteiras impecáveis são resultados do trabalho que começa na lavanderia dos clubes e prossegue com a organização dos roupeiros. No Friburguense, pouco mais de 360 camisas, shorts e meiões para jogos e treinos são lavados diariamente e separados para cada atleta de acordo com a necessidade.
Dentro de campo, o treinador recebe o auxílio de profissionais de diferentes áreas de atuação. O preparador físico cuida da preparação dos atletas, em conjunto com o fisiologista. O massagista está sempre atento à beira do campo, assim como o auxiliar técnico, com quem o técnico conversa e troca ideias sobre a equipe. Antes de toda a movimentação, funcionários cuidam do gramado e preparam o estádio para receber torcedores, profissionais e imprensa.
A alimentação é outro ponto fundamental durante a preparação, antes e depois das partidas. No Friburguense, Iolanda Oliveira é a responsável por preparar as cerca de 160 refeições diárias — entre café da manhã, almoço, jantar e lanche — para todas as categorias do clube. Assim como numa grande jogada, todos esses profissionais trocam passes nos bastidores e marcam um golaço diariamente. "É fundamental ter uma equipe e pessoas competentes em cada setor. O clube é uma grande empresa e precisa que tudo funcione da melhor maneira possível”, destaca o gerente de futebol José Eduardo Siqueira.
"Para mim, é um grande desafio. A cobrança é grande, porque quando um goleiro falha eu estou envolvido. Mas a rotina é interessante, a gente trabalha duro e diariamente. Sempre converso com os goleiros pra saber o que preferem fazer. Não adianta treinar muito, basta trabalhar certo.”
Adriano Francisco, preparador de goleiros
"Basicamente eu ajudo o Gerson Andreotti a preparar os treinos e desenvolvê-los. Nós sempre conversamos sobre o que observamos no dia a dia, e essa interação com a comissão técnica é importante. Tento assistir aos jogos por outro ângulo e faço anotações para repassar a ele.”
Luiz Mendonça, auxiliar técnico
A parte física é cada vez mais importante no futebol, e isso aumenta a responsabilidade do preparador. Eles confiam no nosso trabalho, porque o Friburguense muda pouco. Nós já conhecemos o grupo e tudo fica mais fácil. O suporte que a diretoria dá também é fundamental. É difícil a gente perder um jogador por lesão muscular.”
Paulo Cesar Fagundes, preparador físico, há 20 anos no clube
"Geralmente me passam o cardápio do dia e eu faço. Sempre cozinho em grandes quantidades, pois são muitos atletas, de várias categorias. Procuro variar no cardápio, que sempre tem arroz, feijão, macarrão, legumes e uma carne. Um dia eu faço uma batata frita, outro um prato diferente. É um trabalho diário e fico muito feliz quando recebo elogios dos jogadores.”
Iolanda Oliveira, cozinheira
"O roupeiro fica encarregado dos materiais de treinos e jogos dos atletas. A chuteira, os tênis, uniformes e outras peças básicas são de minha responsabilidade. Cada jogador tem um escaninho no vestiário e com o tempo a gente já sabe de cabeça o que é de quem. Eu também marco nas chuteiras e uniformes os números de cada um e isso facilita a identificação. O atleta tem a sua preferência, tem uma chuteira pra jogo, outra para treino e de travas altas e baixas.”
Antônio Nilton, roupeiro, 36 anos, há três no Friburguense
"Muita gente compara com o trabalho do preparador físico e não tem nada a ver. O meu trabalho é baseado em marcadores biológicos, análises. Tiramos o percentual de gordura de cada jogador, o índice de fadiga, o limiar de lactato e alguns outros padrões biológicos para modularmos e auxiliarmos na preparação de um treino de endurance, explosão ou resistência. Tudo para chegar ao auge fisiológico do atleta no momento da competição, ajudar na recuperação e na prevenção de lesões.”
Gustavo Pergentino, Fisiologista
"Não é um trabalho difícil. Eu trabalho com crianças a partir das 9h da manhã, quando preparo a água para os atletas e fico atento às lesões para ajudar e encaminhar depois do primeiro socorro. Também ajudo na rouparia, lavanderia e onde mais for preciso. Nos dias de jogos eu viajo com o infantil, juvenil, mirim, pré-mirim, juniores e profissional para colaborar com os demais membros da comissão técnica.”
Marcos Antônio de Souza, massagista, há quatro anos no Friburguense
"A minha função é montar os kits de jogos e treinos, que é a prioridade do clube. O material é o patrimônio do clube, e essa organização é fundamental. A gente trabalha com cinco categorias, num plantel de 40 jogadores cada, e assim lavamos cerca de 360 camisas, shorts e meiões por dia. Eu apenas ajudo a Eliana Azevedo de Jesus, trabalho em conjunto com ela, que é a responsável pela lavanderia. O meu trabalho de roupeiro aparece na organização dos vestiários.”
Julio de Oliveira Conceição, ajudante de lavanderia e roupeiro da base, há oito anos no Friburguense
"Eu faço praticamente todas as funções. Cuido do gramado, tapo os buracos e faço os remendos depois dos treinos e jogos. Coloco ladrilhos, pinto, faço reparos em geral, mexo com cerâmica e cuido também da água. É o que eu gosto de fazer, adoro essa função e a minha vida é essa diariamente. Eu não conseguiria ficar dentro de uma sala atendendo e escrevendo, pois eu amo capinar, principalmente. Faço com o maior prazer também na concentração dos jogadores.”
Berly Conceição de Oliveira, serviços gerais, 65 anos, há 15 no Friburguense
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