A Copa do Mundo chegou e com ela a esperança de muitos brasileiros de comemorarem várias vitórias da seleção nacional. Entretanto, alguns cuidados devem ser tomados, como, por exemplo, com a poluição sonora. Profissionais do Hospital Universitário (HU) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) fizeram teste com instrumentos sonoros comercializados nas lojas de Juiz de Fora. Levados, principalmente, pela preocupação com os danos que cornetas e chocalhos podem causar à audição das crianças, a fonoaudióloga Janine Oliveira Guércio e o otorrinolaringologista Miguel Eduardo Guimarães Macedo compraram dez instrumentos para realizar o teste com o decibelímetro, equipamento utilizado para realizar medição de níveis de ruído.
Os resultados deixaram os profissionais preocupados e eles alertam para alguns cuidados que devem ser adotados para que as comemorações não deixem sequelas. Entre os instrumentos que passaram pelo teste, nenhum, segundo Janine Guércio, deveria ser dado a uma criança e a maioria produziu efeitos sonoros que podem causar danos temporários e até permanentes na audição de adultos.
Segundo o otorrinolaringologista Miguel Eduardo, a variação do teste foi de 60 a 120 decibéis, sendo que um índice acima de 85 decibéis pode causar problemas. Ele esclarece que, de acordo com a Norma Regulamentadora 15, do Ministério do Trabalho, o tempo máximo de exposição em um local com ruído contínuo ou intermitente é de 85 dB por oito horas. O médico destaca, no entanto, que o tempo de exposição, a intensidade e a suscetibilidade de cada pessoa são fatores que interferem no processo.
“Quanto mais longe, mais potência o som perde, porém, se a exposição for a um som de 140 dB, um segundo já é o bastante para causar danos e, pode, inclusive causar dor.” No caso dos adultos são comuns queixas de zumbido e ouvido tampado e, nas crianças, irritação, perda de sono e agitação são características comuns após serem submetidas ao excesso de ruído.
Conforme Janine Guércio, após o término da última Copa do Mundo aumentou o número de pessoas que procuraram os consultórios com queixas de zumbido ou ouvido abafado. Essas, explica, são queixas comuns em época de festividades, e são consideradas lesões temporárias que, dependendo da permanência à exposição do barulho, poderá se tornar um trauma definitivo.
Alguns dos instrumentos que passaram pelo teste, apresentavam o selo do Inmetro, porém, ele se refere apenas a questão de segurança. Miguel Eduardo ressalta que ainda não há lei que defina padrões para emissão de ruído e que o assunto está na pauta de discussão das autoridades.
Os profissionais do HU alertam para que, nos dias de jogos da Copa do Mundo ou outras festividades, as pessoas evitem utilizar instrumentos sonoros em locais fechados e direcioná-los diretamente para o ouvido de outra pessoa, além de definir momentos para usá-los como a comemoração do gol ou intervalos dos jogos.
Outras informações : (32) 4009-5393 (Assessoria do HU).
Deixe o seu comentário