Henrique Amorim
Professores, auxiliares de creche e funcionários de apoio da rede municipal de ensino fizeram mais uma assembleia na noite de terça-feira, 23, desta vez numa sala de aula do Colégio Estadual Jamil El-Jaick, para discutir alternativas de mobilização, a fim de apelar à Prefeitura pela elaboração de um plano de carreira. Atualmente os auxiliares de creche e o pessoal de apoio recebem um salário mínimo (R$ 510). Já os professores do primeiro segmento do ensino fundamental (1º ao 5º ano – antigo primário) recebem piso de R$ 740, e os professores do segundo segmento do ensino fundamental (6º ao 9º ano – antigo 1º grau), piso de R$ 780. A meta é conseguir a tão sonhada valorização salarial dos profissionais de educação. Os auxiliares de creche e funcionários de apoio reivindicam piso de R$ 670.
Durante a assembleia um representante da Secretaria Geral de Governo propôs o encontro de uma comissão de dez professores representantes da categoria com o secretário de Governo, Braulio Rezende, no próximo dia 5 de abril, na Prefeitura, para discutir a política de valorização salarial da categoria. O coordenador do Sindicato dos Profissionais de Ensino (Sepe) em Nova Friburgo, Luiz Salarini, explicou que muitos profissionais de educação do município ficaram insatisfeitos e alguns chegaram até a paralisar suas atividades por um dia no início deste mês, devido à suspensão do abono mensal de R$ 180, que vinha sendo pago aos profissionais de educação com regência de turma aprovados nos concursos públicos de 1982 e 1996.
Na última terça-feira, dia da assembleia da classe, porém, a Prefeitura creditou o abono suspenso no pagamento da folha salarial relativa a fevereiro, alegando a retirada do abono foi resultado de um erro. O representante da Secretaria de Governo anunciou ainda que a folha de pagamento de março, que será creditada no início de abril, terá o abono de R$ 180 novamente incorporado, até que seja discutido novo acordo salarial definitivo com a Prefeitura.
Segundo Salarini, a categoria luta pelo piso igual para todos os profissionais de educação e a transformação dos servidores regidos atualmente pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) em estatutários, garantindo-lhes mais benefícios, como fundos de pensão e aposentadorias próprios. Atualmente a rede municipal de educação em Nova Friburgo reúne cerca de 200 profissionais estatutários num universo de 2,6 mil servidores.
Na assembleia desta semana também foi discutida a possibilidade de os profissionais de educação do município apelarem à Câmara dos Vereadores para que seja votada no Legislativo uma mensagem indicativa propondo ao prefeito Heródoto Bento de Mello a elaboração de um plano de carreira para a educação municipal, já que, devido à Lei de Responsabilidade Fiscal, os vereadores não podem propor leis que onerem despesas aos cofres municipais, com aumento de salários do funcionalismo, por exemplo. “Caso não haja negociação com a Prefeitura favorável aos profissionais de educação, não está descartada a possibilidade de nova paralisação da categoria em breve”, observou Luiz Salarini.
Deixe o seu comentário