Reivindicando diversas melhorias, parte dos auxiliares de creche e professores municipais de Nova Friburgo promoveram ontem, 8, uma paralisação de seus trabalhos como forma de protesto em relação a vários fatores. Ao todo, cinco creches tiveram suas atividades suspensas nesta segunda, pois apenas os diretores e dirigentes estiveram presentes: Carmen Rodrigues de Souza e Júlia Irene, em Olaria; Franz Haug, no Prado; João Batista Faria, na Vilage; e Menino Jesus, no Jardim Califórnia.
Além disso, no início da tarde de ontem, profissionais da área de Educação realizaram protesto pacífico em frente à Prefeitura. A intenção dos manifestantes foi apresentar suas reivindicações junto ao prefeito Heródoto Bento de Mello e ao secretário de Governo, Braulio Rezende. Entretanto, não conseguiram falar diretamente com eles. Representando a classe, a comissão formada pelo coordenador geral do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe), Luiz Salarini, junto às profissionais da área – Rita Louback, Célia Silva, Renata Boy e Jacqueline do Espírito Santo – foi recebida pelo subsecretário de Ordem Urbana, Claudecir Ribeiro da Silva, e pelo assessor da secretaria, André Luiz. Eles informaram aos manifestantes sobre a impossibilidade da realização do encontro que planejavam, devido a outros compromissos do prefeito e do secretário Braulio e os encaminharam à Secretaria de Educação.
“Já cansamos de entrar em contato com a secretaria e eles afirmam que aquilo que reivindicamos foge do poder deles. Portanto, queremos falar diretamente com o prefeito ou, no mínimo, com o secretário de Governo. Enquanto não fizermos isso, não vamos desistir”, afirmou Salarini, para em seguida completar que os próximos passos da manifestação serão decididos na assembleia que será realizada hoje, às 18h, no auditório do Colégio Estadual Jamil El-Jaick.
Secretária de Educação explica reivindicações
Em coletiva à imprensa realizada na manhã de ontem, 8, a secretária de Educação, professora Ledir Porto, esclareceu algumas questões relativas às reivindicações dos auxiliares de creche e professores da rede municipal de ensino.
Segundo ela, em reunião realizada com o sindicato da categoria no último dia 2 ficou acordado um prazo para negociação, que se expirou justamente ontem, porém, sem aguardar quaisquer retornos do Poder Executivo, a categoria convocou a paralisação, não respeitando o acordo feito anteriormente com a administração pública. Entretanto, de acordo com Ledir, tal atitude não comprometeu toda a rede pública de ensino. “Das 40 creches, apenas cinco paralisaram suas atividades. Nas escolas alguns professores aderiram à paralisação, mas isso não impediu o seu funcionamento”, afirmou Ledir.
Quanto às reivindicações, ela diz que algumas já foram até mesmo atendidas e outras não estão de acordo com a Constituição. “Reajuste salarial e limite de crianças por funcionário, por exemplo, foram questões resolvidas junto à classe e, sinceramente, não entendemos por que ainda há esta cobrança. Já em relação à nomeação dos diretores das escolas, segundo o que consta em lei, isto é função do Poder Executivo”.
Ledir Porto disse estar disposta a conversar com os profissionais da Educação, para que as demais solicitações apresentadas possam ser resolvidas. “Primeiramente vamos nos reunir e analisar o que pode ser oferecido aos servidores, para que possamos realmente cumprir aquilo que prometermos. Estamos agindo dentro das regras estabelecidas nos concursos e nos contratos temporários, procurando obedecer aos aspectos legais”, frisou.
Segundo Ledir, o manifesto foi precipitado, pois o governo não teve a oportunidade de ao menos se posicionar. “Gostaríamos que pensassem no prejuízo que essa paralisação causa às famílias e principalmente às crianças. Os pais que dependem da creche para trabalhar, sem a preocupação de deixar seus filhos desamparados, sofrem com isso”, apelou Ledir.
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