Profissão: Papai Noel

Durante 11 meses do ano ele trabalha como motorista de táxi. Mas, quando chega dezembro, coloca as tradicionais vestes vermelhas
quinta-feira, 24 de dezembro de 2015
por Jornal A Voz da Serra
“É um trabalho extremamente gratificante”, diz Nicolau, aos 73 anos de idade (Foto: Amanda Tinoco)
“É um trabalho extremamente gratificante”, diz Nicolau, aos 73 anos de idade (Foto: Amanda Tinoco)

Durante 11 meses do ano ele trabalha como motorista de táxi. Mas, quando chega dezembro, coloca as tradicionais vestes vermelhas, dá aquele tapinha na barba branca, põe os óculos de grau e o gorro cor de carmim. Nesta época, ele dedica quase todo o seu dia a tirar fotos e interagir com as crianças, ouvir seus pedidos e, é claro, lembrá-las de que, para ganhar o presente, é preciso respeitar os pais, se alimentar bem e ter boas notas na escola.

Ele pediu para que seu nome verdadeiro, aquele que carrega na identidade, não fosse revelado. O Bom Velhinho prefere mesmo é ser chamado de Nicolau. “Trabalho como Papai Noel há vários anos. Para falar a verdade, nem sei quando comecei. Quando estou aqui, me envolvo tanto com a causa, que é realmente como se eu fosse ele”, disse Nicolau, acrescentando que “além de ajudar a complementar a minha renda, pois não sou aposentado, é um trabalho extremamente gratificante”.  

Aos 73 anos de idade, Nicolau conta que desde que começou a exercer a função de Papai Noel já passou por situações engraçadas e que muitas vezes as crianças surpreendem-o com perguntas e comentários inusitados. “Me lembro que certa vez, uma garotinha de uns 6 anos passou e me viu sentado aqui. Pude ouvir ela perguntando à mãe o nome do Papai Noel de verdade. A mãe respondeu ‘Nicolau, filha’. Então a garotinha veio até mim e me perguntou: ‘Qual o seu nome?’ e eu respondi ‘Nicolau’. Ela saiu correndo e gritando para a mãe: ‘É ele, mãe! É ele! O Papai Noel de verdade.”

Outra história relatada por Nicolau entretanto, aconteceu longe do período de Natal. “Eu estava no supermercado e, por causa da barba grande e branca, um menino começou a apontar para mim e a dizer em voz alta que eu era o Papai Noel disfarçado de gente. Todos olharam e começaram a rir. Foi bastante engraçado”, recorda-se ele.

Além de boas risadas e surpresas, a emoção também faz parte da profissão de Papai Noel. “A maioria das crianças pedem brinquedos e, hoje em dia, computadores, celulares, tablets. Mas tem aquelas que pedem saúde ou emprego para algum membro da família, roupas e até alimentos. É de emocionar”, disse ele.

Mas, não é só aos ouvidos do “Papai Noel” que os pedidos chegam. Muitos deles surgem em letrinhas minúsculas, redondas ou tortas. São as famosas cartinhas. De acordo com Nicolau, por dia, ele recebe várias correspondências, e quem quiser e puder pode adotar os pedidos para ajudar. “São muitas cartas. Há pedidos de brinquedo, roupa, material escolar. Não damos conta de realizar o desejo de todos os pequenos. É importante que as pessoas colaborem com a gente”, concluiu.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
TAGS: Natal
Publicidade