A professora e pedagoga, natural do município vizinho de Sumidouro, Marilene Chermont Gonçalves, lançou recentemente na Universidade Candido Mendes campus Nova Friburgo o romance social "Voluntário Cárcere”, que denuncia a violência doméstica através do drama vivido por uma vítima, Luísa. Com uma linguagem simples, a autora tenta na obra fugir do foco habitual de questionamento: "Por que os homens batem? Por que as mulheres perdoam?” Na trama, narrada em terceira pessoa, Marilene busca a todo o tempo desvendar o universo psicológico da personagem e assume a ousadia de expor acontecimentos vivenciados pela vítima em seu lar.
Na obra, a primeira da autora, a personagem Luísa percebe desde o início de seu casamento que a convivência com o marido tinha tudo para ser tomada por conflitos. Logo surgiram as primeiras manifestações de violência verbal que avançaram para agressões físicas, misturando sentimentos como dor, desilusão, raiva e ódio. A autora também valoriza os sentimentos que naturalmente envolvem as mulheres vítimas de violência dentro de suas próprias casas, mesmo estando em sua maioria ciente dos benefícios das leis de proteção em vigor.
Em "Voluntário Cárcere” a autora propõe aos leitores uma reflexão sobre a dependência emocional vivenciada pelas vítimas de violência doméstica. Lançada em Nova Friburgo com apoio do movimento de assessoria e pesquisa dos direitos das mulheres Tecle Mulher e do grupo Expertise, a obra pode ainda servir como fonte de consulta e avaliação de profissionais que atuam no amparo social e acompanhamento das vítimas de violência doméstica. O livro de Marilene tem o selo "Desfecho Romances”, da editora Multifoco, que se dedica a publicações de novos autores. A autora, que se define como uma leitora compulsiva, também lançou a obra em sua cidade natal e admite procurar através deste seu primeiro livro valorizar o real conceito social da família.
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