Professor friburguense ganha Prêmio Shell de Educação Científica 2017

Projeto de identificação da fauna para alunos de uma escola pública de Bom Jardim garantiu equipamentos novos para a unidade
quinta-feira, 14 de dezembro de 2017
por Karine Knust
Edevaldo entre o presidente da empresa e a diretora da escola
Edevaldo entre o presidente da empresa e a diretora da escola

O projeto “Os da Silva e os da Selva: o ensino de Ecologia e a preservação da Mata Atlântica”, criado pelo professor friburguense Edevaldo da Silva Oliveira, de 35 anos, foi o grande ganhador da categoria ensino fundamental do Prêmio Shell de Educação Científica 2017. A premiação aconteceu na quarta-feira, 12, no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro.

O trabalho que Edevaldo desenvolve com alunos de 11 a 12 anos, do ensino fundamental do Colégio Estadual Dr. Péricles Corrêa da Rocha, em Banquete - distrito de Bom Jardim, disputou com outros cinco finalistas do concurso e conquistou o primeiro lugar. Voltado a professores de matemática e ciências de escolas municipais e estaduais de todo o estado, o concurso recebeu 306 inscrições. Além do projeto de Edevaldo, da Região Serrana, outra iniciativa de Petrópolis também estava entre os finalistas.

Graças a excelente colocação, o professor friburguense embarca em breve para Londres, Inglaterra, em uma viagem educativa onde fará uma imersão ao mundo das ciências, com atividades, palestras e visitas a museus e diversas organizações educacionais. Edevaldo também ganhou uma premiação em dinheiro e a escola, que foi representada pela diretora Cristiane Hotz na cerimônia de premiação, recebeu um kit de robótica, um notebook e um projetor multimídia.

Muito emocionado, em seu discurso, Edevaldo agradeceu a família, aos alunos e relembrou os problemas que precisou enfrentar desde a infância para continuar os estudos e se tornar um bom professor. “Vim de uma família humilde e minha mãe sofria com problemas de saúde. Não era um aluno muito presente. Mas consegui passar por tudo isso e hoje faço o que amo”, disse o professor.  

O projeto

Apesar de ter pouco tempo na profissão, apenas cinco anos, a forma como Edevaldo estimula o aprendizado dos estudantes chama a atenção. É que desde o ano passado, o professor apresenta a natureza e a diversidade da fauna aos alunos da instituição de uma forma diferente, que conta com quatro etapas.

A primeira fase da iniciativa consiste na visitação a um fragmento de Mata Atlântica, localizado nas proximidades da escola, para observação da fauna. Após o passeio, os estudantes são estimulados a conversar com os moradores mais antigos da região para descobrir quais animais costumavam aparecer com frequência e desapareceram com o tempo e as possíveis lendas envolvendo a fauna. Na terceira fase, eles devem montar um jornal apresentando as entrevistas e tudo que aprenderam durante as duas primeiras partes da ação.

Já na última fase, os pré-adolescentes participam de um jogo em que eles são as peças (animais) a formar uma chamada “teia alimentar” personalizada com as espécies identificadas na região. A ideia é que, além de aprender sobre a disciplina, os estudantes conheçam e reconheçam os animais da região e se conscientizem sobre a importância desse ecossistema e da consequente necessidade de preservação.

 

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