Produtos para o almoço de Páscoa continuam caros este ano

Em Nova Friburgo, preços dos itens comuns desta época variam bastante nos supermercados
quarta-feira, 12 de abril de 2017
por Alerrandre Barros
“O bacalhau está ficando de lado”, revela a gerente de uma peixaria no Centro (Foto: Henrique Pinheiro)
“O bacalhau está ficando de lado”, revela a gerente de uma peixaria no Centro (Foto: Henrique Pinheiro)

Depois de passar os olhos nos balcões refrigerados das duas peixarias da feira da Vila Amélia, Antônio de Castro decidiu levar uma peça de lombo do peixe e pouco mais de três quilos de tilápia. “Não dá para comprar só bacalhau. Tem que misturar os peixes. Vamos fazer as tilápias e o bacalhau em dias diferentes no fim de semana. É tradição comer peixe na sexta-feira santa, mas está bem caro”, disse o empresário.

Os preços dos principais produtos da Páscoa subiram 0,36% em relação ao ano passado, de acordo com o Índice de Preços ao Consumidor Fundação Getúlio Vargas (IPC/FGV). Apesar da alta, o percentual está abaixo da inflação acumulada nos últimos meses (4,55%). A elevação dos preços neste ano, porém, foi menor do que a registrada na Páscoa de 2016, quando os preços subiram 15% com inflação acima dos 10%.

Neste ano, os pescados frescos foram os produtos que tiveram a maior elevação (15,89%) entre os alimentos mais comuns para as comemorações desta época do ano, de acordo com a pesquisa da FGV. Em seguida, estão o vinho (9,96%) e o bacalhau (5,73%). A pesquisa não inclui ovos de Páscoa. No ano passado, para fins de comparação, vinho e bacalhau, que em geral são importados, ficaram mais de 25% mais caros em relação à 2015. 

“Houve uma aceleração dos preços, mas em magnitude muito menor da registrada no ano passado. A pesquisa não mostra, em definitivo, o que o consumidor vai encontrar para a Páscoa. Só medimos o que aconteceu com os preços até março deste ano. Às vésperas, além desse aumento de 15% do pescado fresco já registrado, o preço do peixe pode subir mais porque a demanda fica muito forte”, disse o coordenador do IPC/FGV, André Braz. 

Ele orienta que o consumidor pesquise preços, porque devido à recessão, o mercado está com a tarefa de atrair o cliente para a loja com promoções. A VOZ DA SERRA deu uma volta nesta quarta-feira, 12, pela feira e os principais supermercados do Centro e encontrou preços bastantes diferentes. O quilo da batata varia de R$ 1,39 a R$ 3,98. O azeite, de R$ 6,90 a 26,99. O bacalhau, de R$ 29,90 a R$ 79,90 (lascas do peixe estavam R$ 19,98). O vinho tinto, ideal para acompanhar uma peixada, de R$ 9,99 a R$ 159,90. 

“Todo ano o movimento aumenta bastante. Estamos esperando aumento de 40% até sexta-feira. Neste ano, houve, infelizmente, um aumento de pouco mais de 20% nos preços dos peixes, inclusive, por causa do período de Páscoa”, disse a gerente de um das peixarias da feira da Vila Amélia, Paula Machado. “Por isso, o bacalhau está ficando de lado. O pessoal tem buscado fazer peixe assado, peixe com camarão. Opções que são excelentes e que saem um pouco mais em conta. Tem saído muito anchova, garoupa, corvina, merluza, que são ótimos para fazer vários pratos”.

Os consumidores devem ficar atentos com pescados, orienta o Procon. A validade e a origem do peixe devem ser observadas, assim como o ambiente refrigerado, com bastante gelo, se for a recomendação do fornecedor. O produto precisa apresentar uma coloração uniforme, sem manchas, e estar firme. Também é importante observar se o produto está embalado ou em ambiente coberto ou protegido de insetos e da manipulação direta por parte do consumidor.

Foto da galeria
O azeite, item fundamental na preparação do prato, teve aumento nos preços este ano (Foto: Henrique Pinheiro)
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