Produtos da ceia de Natal estão mais baratos este ano

Itens variam em mais de 200% de um estabelecimento para outro; queda do dólar motivou recuo dos preços
terça-feira, 20 de dezembro de 2016
por Dayane Emrich
Em 2015 o peru variava entre R$ 14,98 a R$ 20,99 o quilo. Este ano, custa entre R$ 13,88 e R$ 18,60 o quilo (Foto: Dayane Emrich)
Em 2015 o peru variava entre R$ 14,98 a R$ 20,99 o quilo. Este ano, custa entre R$ 13,88 e R$ 18,60 o quilo (Foto: Dayane Emrich)

Ao contrário do que muita gente imagina, os produtos que compõem a ceia da festa de fim de ano estão mais baratos em 2016 do que em anos anteriores. O motivo da queda dos valores, segundo a Associação Brasileira dos Importadores e Exportadores de Bebidas e Alimentos (ABBA), foi o recuo de 11,79% do dólar nos últimos meses. 

Em Nova Friburgo, além da baixa dos preços, o consumidor que pesquisar tem uma chance ainda maior de encher o carrinho e deixar a mesa farta no próximo dia 25. Isso porque entre os supermercados do centro da cidade — visitados pela equipe de reportagem de A VOZ DA SERRA na manhã  da última terça-feira, 20 — os preços do mesmo produto podem variar em mais de 200%. É o caso do tender, que pode ser encontrado a R$ 17,91 ou até R$ 57,99 o quilo. 

Dentre os itens indispensáveis da ceia, as carnes sofreram maior redução. Enquanto em 2015 o peru variava entre R$ 14,98 a R$ 20,99 o quilo, este ano a ave pode ser encontrada de R$ 13,88 a, no máximo, R$ 18,60 o quilo. O mesmo acontece com o bacalhau: em 2015 o quilo do peixe custava em média R$39,90 e, este ano, pode ser adquirido por R$ 38,50. O chester também sofreu grande variação de um ano para outro. Se no ano passado a ave custava em torno de R$ 20,90, este ano o quilo da carne custa entre R$15,20 e, no máximo, R$ 16,50. 

O que também vem chamando a atenção dos consumidores são os preços das frutas secas, tradicionais nesta época. O quilo das nozes, que variava entre R$ 24,36 a R$ 115 em 2014 e R$ 39,90 até R$ 139 em 2015, atualmente é vendido de R$ 22,68, com casca, até R$ 99 a opção sem casca. Ou seja: uma redução de 43% em relação ao menor valor praticado no ano passado. 

Já a castanha continua como uma das vilãs. Enquanto em 2015 o quilo da fruta chegava a R$ 89,90 (mais caro), agora ela pode ser adquirida por R$ 22, 48 a opção com casca e R$98,90, sem casca. A diferença entre as amêndoas não chama atenção entre os meses, mas sim entre os estabelecimentos. No primeiro mercado pesquisado a fruta custa R$ 43 o quilo, ao passo que no segundo e terceiro comércios visitados o quilo custa R$ 24,90 e R$ 14,58, respectivamente. Outro item que deve ser pesquisado é a Sidra: em um supermercado a bebida custa R$ 7, 99 e, em outro é quase o dobro do preço: R$ 14,99.

“Estou surpresa com os preços. Podia jurar que por conta dessa crise tudo estaria mais caro, mas não. Vim com R$ 300 para comprar produtos específicos e vou voltar para casa com alguns itens a mais e sem estourar o orçamento, disse a empresária Ana Cláudia Mesquita de Souza, de 46 anos, acrescentando que “os preços estão melhores, mas as pessoas com menos dinheiro”.

A representante de vendas Cristina Ramos de Oliveira, de 35 anos, conta que embora os valores estejam menores, também não pretende gastar mais do que o planejado. “O ano foi muito difícil para nós trabalhadores, empresários e para o comércio como um todo. No entanto, como ainda são muitas as incertezas sobre o país e o que está por vir em 2017, não dá para sair esbanjando. Vamos fazer uma ceia modesta, nem tão magra, mas sem exageros”, disse ela.

Queda no dólar

No início deste ano, o dólar ultrapassou os R$ 4 e chegou ao maior valor já registrado (R$ 4,16) na história do Plano Real, desde 1994. A forte desvalorização da moeda brasileira refletia a insegurança em relação ao cenário político-econômico do país. No entanto, no mês de junho, a moeda norte-americana registrou queda de 11%, sendo cotada, na época, a menos de R$ 3,20. 

A queda no dólar proporciona preços mais baixos nos supermercados, especialmente entre os itens de Natal, na maior parte importados. Na tarde da última terça-feira, a moeda caía 0,41%, para R$ 3,34. 

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TAGS: economia | comércio
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