Procura pelas lutas cresce em todo o país

Muay thai faz sucesso e atrai o público feminino
quarta-feira, 23 de janeiro de 2013
por Vinicius Gastin
Procura pelas lutas cresce em todo o país
Procura pelas lutas cresce em todo o país

As lutas estão ganhando cada vez mais a preferência dos brasileiros e a procura cresce em ritmo acelerado nas academias. O sucesso de atletas como Edson Barboza, Anderson Silva, Junior Cigano e outros desperta o interesse das pessoas e muda a imagem do esporte. “Acredito que, com as transmissões de lutas pela TV, o pessoal vai enxergar a luta de outra forma. Estão deixando a ver o atleta como uma figura ignorante. Na verdade, é exatamente o inverso: são pessoas calmas, de bom coração, fáceis de lidar. Os grandes atletas não bebem, nem fumam, são exemplos para as crianças”, comentou o professor de artes marciais Anderson França.

Durante as aulas, muitas são as habilidades trabalhadas: agilidade, reflexo, equilíbrio, disciplina e outros. Ao contrário do que muitos imaginam, nas aulas o contato físico é evitado na maioria dos casos. “As pessoas acham que a luta é só o que se vê em cima do ringue. Na verdade, muitas vezes não há o contato físico, a galera evita o combate para não se machucar e faz apenas o trabalho aeróbico”, contou. 

 

Muay Thai: sucesso atrai as mulheres e os jovens

Dentre as lutas mais procuradas nas academias está o muay thai. Também conhecido como boxe tailandês, é uma arte marcial com cerca de dois mil anos e nasceu a partir da prática dos povos tailandeses. A modalidade trabalha com as pernas, braços, cotovelos e os joelhos. Cada aula queima de 800 a mil calorias e por isso atrai cada vez mais as mulheres para praticá-lo. “Elas nos procuram com muita frequência. Temos um horário, às 7h da manhã, com 90% de alunas. Tenho, em média, 200 alunos e 60 são mulheres e só não temos mais porque o espaço não dá conta”, disse Anderson França, que reiterou: “Elas visam mais a parte estética, para poder emagrecer, e não para se tornarem lutadoras. Uma ou outra pretende tentar a carreira esportiva, mas a maioria quer apenas fazer uma atividade física”.

No Centro de Lutas Leonardo Silveira, em Olaria, as mulheres representam mais de 40% do total de alunos. A academia, especializada em artes marciais, oferece várias modalidades de artes marciais e o público feminino marca presença em todas elas. “Mesmo no jiu-jítsu, que era considerado um esporte mais masculino, as mulheres representam uma boa parte dos nossos alunos”, revelou o proprietário Leonardo Silveira.

 

Artes marciais tornam-se aliadas dos pais

O sucesso do muay thai e de seus praticantes mais famosos incentivam os jovens a procurarem as academias cada vez mais cedo: crianças a partir de oito anos já estão iniciando a prática esportiva. O mestre França considera a procura positiva, mas lembra que a prática inspira cuidados por parte dos pais. “Acho muito importante os pais acompanharem os filhos em qualquer atividade, seja o futebol ou a luta. Estou no ramo das artes marciais há mais de 30 anos e acho que os pais têm que saber onde estão matriculando os filhos, se o professor é federado e tem uma boa índole. Afinal, ele acaba sendo um exemplo para os alunos. Se o professor briga na rua, fuma e bebe, ele pode influenciar a criança a seguir pelo mesmo caminho.”

Outra questão a favor das lutas é a disciplina. O atleta aprende, por exemplo, a cumprir os horários e respeitar o oponente. Esse conjunto de qualidades adquiridas ajuda na formação do caráter dos jovens e, muitas vezes, muda os rumos de uma vida. “Em alguns casos, nós conseguimos fazer os atletas que tinham muito talento reverterem o quadro e deixarem o mundo das drogas, da violência. Hoje estão no caminho certo e trabalhando. Quando a pessoa realmente quer e gosta, a gente leva a pessoa a seguir o caminho do bem à base de conversa.”

 

Marlon Moraes: do muay thai ao sucesso no MMA

Além de Edson Barboza, outro friburguense brilha pelos octógonos dos Estados Unidos. Marlon Moraes foi o grande destaque do Brasil no primeiro evento do World Series of Fighting (WSOF), nova organização de MMA que estreou em novembro, em Las Vegas. Antes da luta, Moraes era considerado azarão, mas derrotou o americano Miguel Angel Torres, ex-campeão dos pesos-galos do WEC (evento absorvido pelo UFC em 2011) por decisão dividida no card principal. 

O lutador de Nova Friburgo é especialista em muay thai e luta na mesma equipe do amigo Edson Barboza, com quem treina desde os tempos da Academia Fight Co. Marlon tem nove vitórias (três consecutivas), quatro derrotas e um empate no seu cartel de MMA. No dia 9 de março terá mais um desafio pelo WSOF2, contra o americano Tyson Nam. “A luta estava marcada para 9 de fevereiro, em Las Vegas, mas foi adiada”, contou o treinador Anderson França.

 

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