A vacina para a prevenção à infecção do HPV (Papiloma Vírus Humano) é uma importante novidade. Lançada este ano pelo Ministério da Saúde, a campanha, que já está em sua segunda fase, é voltada para a imunização de meninas na prevenção do câncer do colo do útero — terceiro tipo mais frequente na população feminina e terceira causa de morte de mulheres por câncer no Brasil. O vírus é o principal causador da doença e, para se ter ideia do quão preocupante são os números, de acordo com o Ministério da Saúde, todos os dias, 14 mulheres morrem no Brasil vítimas desse tipo de tumor.
No entanto, apesar de a campanha ser uma grande inovação do Sistema Único de Saúde (SUS), os números de procura pela segunda fase da vacina estão muito abaixo do esperado. Segundos dados divulgados pela Secretaria Estadual de Saúde, somente 44% das meninas foram vacinadas nessa etapa, enquanto a meta estabelecida pelo Ministério da Saúde é de 80%. Situação muito diferente da primeira fase da campanha, quando a vacinação de meninas de 9 a 11 anos no Estado do Rio ultrapassou a meta estipulada pelo Ministério da Saúde, chegando a 88,41% de cobertura.
Em Nova Friburgo, os números também mostram que o valor ideal ainda está longe de ser alcançado. Conforme os dados disponibilizados pela Secretaria Municipal de Saúde, das 3.280 jovens vacinadas na primeira etapa, apenas 1.500 voltaram para receber a segunda dose, essencial na imunização contra o vírus.
A vacina e o vírus
A primeira fase da vacinação contra o HPV foi realizada em março deste ano. Na ocasião, milhares de jovens procuraram os postos de saúde em todo o país para realizar a imunização — contudo, é importante ressaltar que para garantir a proteção contra o vírus é preciso tomar todas as doses previstas, sendo a segunda seis meses após a primeira dose e a terceira cinco anos depois.
Considerada segura pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e por diversos especialistas em diferentes países, a vacina quadrivalente oferece proteção contra quatro subtipos dos HPV — 6, 11, 16 e 18 — e possui 98% de eficácia. Os subtipos 16 e 18 são responsáveis por cerca de 70% dos casos de câncer do colo do útero em todo o mundo e os subtipos 6 e 11 por 90% das verrugas anogenitais.
Vale ressaltar ainda que o HPV é um vírus transmitido por meio de relação sexual ou mesmo apenas pelo contato direto com pele ou mucosas infectadas, ou seja, o contágio pode acontecer mesmo na ausência de penetração vaginal ou anal. Pode, inclusive, ser transmitido da mãe para o bebê durante o parto.
De acordo com a OMS, aproximadamente 291 milhões de mulheres no mundo são portadoras do HPV e, por ano, apenas no Brasil, cerca de 685 mil pessoas são infectadas por algum tipo do vírus.
A mobilização para a aplicação da segunda dose teve início no dia 10 de setembro, com prazo de vacinação até o dia 15 de outubro. Contudo, devido a baixa procura, a vacina continua disponível para quem ainda não tomou a segunda dose. Mais informações podem ser obtidas no Centro de Saúde Dr. Sílvio Henrique Braune ou através do telefone 2522-8316.
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