Flávia Namen
Localizado entre o Centro e Duas Pedras, o bairro Vila Nova é um dos mais tradicionais de Nova Friburgo, oferecendo uma boa qualidade de vida a seus moradores. A facilidade de acesso, a proximidade do comércio e serviços e a tranquilidade são as principais vantagens apontadas por quem mora no bairro, que abriga a sede do 11º Batalhão de Polícia Militar, o campus da Uerj e o Colégio Municipal Odette Penna Muniz. Mas apesar dos benefícios, vários problemas têm prejudicado a rotina da comunidade, conforme constatou a equipe de A VOZ DA SERRA.
A maior queixa de quem reside, trabalha ou estuda no bairro refere-se às marcas da tragédia de janeiro de 2011, ainda presentes em pontos da Rua Prudente de Moraes. No número 117, por exemplo, há um prédio comercial totalmente abandonado e repleto de marcas da Defesa Civil que determinam sua demolição. Ao lado, uma casa também está abandonada e marcada para ser demolida. As construções estão cercadas de mato, lixo e terra, o que representa um perigo à saúde pública.
A falta de obra de contenção para evitar novos deslizamentos na montanha localizada ao fundo do número 117 é outra reclamação da comunidade. O trecho não passou por qualquer trabalho de recuperação e está se degradando cada vez mais devido à erosão. Por conta do risco de futuros desmoronamentos, a área está desabitada, o que vem incomodando muita gente. “Desde a catástrofe ninguém tomou providências aqui. Está tudo abandonado, cheio de mato e expondo todos nós a uma série de riscos”, desabafa o comerciante e morador Cléber de Souza Pinto. “Muita gente foi embora daqui. Além das 17 casas que desabaram e dos imóveis condenados, o Edifício Humberto Spinelli, no nº 105, também está desocupado. Os moradores têm esperança de voltar e estão aguardando uma solução por parte dos órgãos responsáveis”, diz Cléber, acrescentando que suas vendas despencaram após a tragédia.
um Cenário de abandono e descaso
Outras marcas da catástrofe do ano passado ainda estão presentes na Rua Alberto Rangel, que dá acesso ao campus da Uerj. Logo na subida, uma casa interditada esta repleta de mato e sujeira e ainda exibe um cartaz colocado na época da tragédia. No local também há trechos com deslizamento e necessitando de capina e limpeza. “Aquela área já deveria ter sido recuperada, mas está completamente largada. Os estudantes e professores da universidade mereciam mais atenção”, disse um morador que preferiu não se identificar. Ele também reclamou da demora na conclusão da obra de manilhamento e contenção em frente ao condomínio Fribourg Park.
Outros problemas apurados pela reportagem são a falta de calçadas pavimentadas e de áreas de lazer no bairro. A única existente é a praça localizada em frente ao 11º BPM, que dispõe apenas de alguns bancos de cimento. As crianças não têm parquinho infantil, nem onde brincar. Moradores também se queixam de um terreno baldio próximo ao número 87, pertencente à Prefeitura. Cheio de mato e com um trator velho estacionado, o terreno preocupa devido ao risco de proliferação de insetos, ratos e camundongos. Sem falar na dengue.
O bairro necessita de serviços de capina, limpeza e manutenção dos bueiros. Muitos estão sem tampa ou quebrados, oferecendo risco a quem passa, principalmente no fim da Rua Prudente de Moraes. “A Vila Nova está precisando de mais atenção das autoridades porque temos muitos problemas de infraestrutura. Infelizmente isso tem prejudicado a imagem do bairro que é um lugar muito bom e tranquilo de morar”, conclui Cléber Pinto.
Vale destacar que a situação da Vila Nova já foi mostrada em diversas reportagens veiculadas pelo jornal ao longo do ano passado. Numa delas, publicada em 23 de dezembro de 2011, o cenário de destruição em que se transformou o bairro também foi o enfoque principal. A matéria abordava que os sérios deslizamentos ocorridos no local, onde uma vila inteira foi dizimada, vinham deixando a comunidade apreensiva. De lá para cá, pouco foi feito e os moradores continuam preocupados com a ocorrência de novos deslizamentos no período de chuvas.
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