Eloir Perdigão
Para felicidade dos pesquisadores, estudantes e interessados na história de Nova Friburgo em geral, a Fundação D. João VI, tutora do arquivo Pró-Memória, abriu suas portas ao público na segunda-feira, 17, depois de nove meses fechada. Agora fica na entrada lateral da sede da Prefeitura, junto à pequena Praça D. João VI, ao lado da antiga Rodoviária Leopoldina.
O presidente da fundação, Nelson Bohrer (Guguti) disse que a dificuldade, ao longo desses nove meses, não era simplesmente reabrir o Pró-Memória. Espaço havia, mas não era adequado, pois os verões se sucedem e ninguém sabe como será o próximo, se terá chuvas fortes ou não. Guguti procurava um espaço que oferecesse conforto aos visitantes, segurança ao acervo e um lugar público, no centro da cidade, acessível às pessoas e longe das águas. Guguti admite que em Nova Friburgo um lugar assim é difícil de ser encontrado.
Foi aí que entrou no caso o prefeito Dermeval Barboza Moreira Neto, que entendeu a importância do Pró-Memória, o seu prejuízo enquanto fechado, e acabou por oferecer o espaço mais nobre do Palácio Barão de Nova Friburgo: o antigo Salão Azul. “Hoje estamos muito bem instalados, o arquivo tem espaço suficiente para criar uma sala de documentos raros, que fica um pouco mais resguardada, tivemos espaço para criar uma sala de laboratório para limpeza e restauração de documentos, com duas máquinas de higienização, que são grandes, movidas a água, de difícil instalação; do laboratório de digitalização e espaço suficiente para dar qualidade e conforto a quem vai usar o arquivo daqui por diante”, diz Guguti, satisfeito.
O Pró-Memória também já dispõe de dois computadores, com acesso à internet, mas o presidente da fundação avisa: nem tudo que já foi digitalizado do acervo do Pró-Memória está na internet. “Nós já digitalizamos cem vezes mais do que está na internet”, comemora. E esse acervo digital só estará disponível na grande rede quando outros dois computadores, com toda essa carga de material, forem instalados.
O novo aspecto do Pró-Memória entusiasma Guguti, mas ele ainda continua na luta por uma sede própria da Fundação D. João VI. Explique-se: a fundação é uma instituição pública, de grande importância, a curadora do arquivo Pró-Memória. Este já tem sua nova sede, fica faltando agora a sede própria da fundação.
O Pró-Memória e seus amigos
Guguti aproveita a oportunidade para agradecer ao prefeito Dermeval Neto que, em sua opinião, foi quem realmente desatou o nó em que se entrava o Pró-Memória. Ele estende os agradecimentos à Energisa, que abraçou o arquivo durante 11 anos, cedeu os aparelhos desumidificadores, móveis e utensílios. “O Pró-Memória ficou muito bem guardado esses anos todos. Só que o arquivo cresceu e não havia mais como adequá-lo àquele espaço. A gente até dava um jeitinho, mas houve a catástrofe em janeiro e aí complicou tudo. Milagrosamente o acervo se salvou. Houve danos devido ao excesso de umidade, problemas elétricos, prejuízos, mas a gente conseguiu contornar. Mas ficou um nó cego e quem conseguiu desatá-lo foi o prefeito Dermeval, ele entendeu o valor do acervo, a importância do trabalho que nós estamos fazendo”, comentou Guguti, que não tem ideia de quantos milhares de documentos já foram digitalizados.
Guguti também teve ajuda de muita gente. Ele cita Laercio Ventura, diretor de A VOZ DA SERRA, pelas muitas matérias e notas publicadas chamando a atenção da administração pública para o problema do Pró-Memória. “Não faltou ajuda. Tivemos ajuda de todos”, completa.
O horário de funcionamento
O Pró-Memória está funcionando em sua nova sede de segunda a sexta-feira, das 11h às 16h, porém as portas são fechadas às 15h30. A grande diferença da sede anterior, como destaca Guguti, é que as pesquisas mais demoradas, mais difíceis, que levam mais tempo, devem ser agendadas previamente, para separação do material, já que nem todos podem ser atendidos ao mesmo tempo.
O agendamento pode ser feito pessoalmente ou pelos telefones 2523-1048 e 2522-3932. Mais à frente esse agendamento poderá ser feito também pela internet, juntamente com um cadastramento para formação da comunidade dos pesquisadores do Pró-Memória.
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