O novo secretário municipal de Cultura, o músico Mário José Bastos Jorge, o Marinho, já escolheu o tom do acorde que abrirá o concerto da orquestra mais importante que irá reger a partir desta semana: a reativação do Centro de Artes de Nova Friburgo foi escolhida como prioridade de sua gestão. Fechado desde a tragédia de 2011, quando ficou inundado, o saudoso “Porão da Arte” foi, durante décadas, um dos espaços culturais mais importantes de Nova Friburgo. “Vou lutar muito por ele”, enfatizou Marinho em entrevista ao jornal A VOZ DA SERRA na noite desta segunda-feira, 9.
A nomeação de Marinho, de 60 anos, sinaliza a valorização dos quadros internos da secretaria. Servidor de carreira, desde 2009 ele conhece a fundo a estrutura da pasta, onde já foi coordenador de programas musicais, gerente de desenvolvimento de projetos, gerente do Teatro Municipal Laercio Ventura e, até agora, diretor da Oficina Escola de Artes. Ele fez questão de agradecer ao prefeito Renato Bravo pela confiança. Marinho assume no lugar de Marcos Marins, que deixa o cargo para se candidatar a deputado estadual e era um dos poucos secretários que estavam no cargo desde o início do governo.
Além da reabertura do Porão da Arte, a prioridade de Marinho como secretário será cuidar das políticas públicas de cultura, procurando ser um facilitador entre o fazedor de cultura e o agente público. “A classe artística reclama sempre da falta de apoio, de carinho; não posso ser o indutor da cultura, ela nasce da sociedade. Então, farei de tudo para contemplar a todos”, disse ele, que terá como maior desafio a crônica falta de verbas da área.
Friburguense nascido em família de músicos, Marinho é percussionista e tem nos tímpanos da orquestra o seu instrumento favorito. O pai e o tio já tocavam percussão na Euterpe Friburguense, o que o levou a ter grande intimidade com instrumentos desde a infância. Mais tarde, a família passou a tocar na Campesina, onde Marinho iniciou seus estudos musicais, chegando a presidente da banda. Também foi sempre muito ligado ao movimento de bandas escolares, tendo organizado as dos colégios Modelo, Nossa Senhora das Dores, Jamil El-Jaick, Miosótis e Dom Pedro I.
Durante 22 anos, fez viagens diárias entre Rio e Friburgo, conciliando o trabalho na prefeitura e os estudos na Escola de Música Villa-Lobos. Em 1986, foi convidado a fazer teste para tocar na Banda Sinfônica do Corpo de Bombeiros. Aprovado, transferiu-se para o Rio, iniciou graduação em percussão na UFRJ e começou a trabalhar como músico convidado em algumas orquestras do Rio: na Filarmônica, na orquestra do Theatro Municipal e na orquestra da Escola de Música da UFRJ.
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