Na última quinta-feira, 6, uma obra da concessionária Águas de Nova interrompeu o trânsito na Rua João Alberto Knust, principal via de acesso ao centro do distrito de Conselheiro Paulino. De acordo com a concessionária, tratou-se da implantação de interceptores para a extensão da rede de esgotamento sanitário, um trabalho que levaria dois dias para ser concluído. No entanto, segundo comerciantes da localidade, o trânsito só foi liberado na tarde do último domingo, 9.
Não é a primeira vez que uma interdição como essa ocorre. No ano passado, a rua havia recebido uma nova camada de asfalto e, logo depois, fora fechada novamente, por um período considerável, para implantação da ponte metálica sobre o Rio Bengalas. Em resumo, em menos de um ano, a mesma rua foi interditada por três vezes, para realização de três obras distintas. E um dos questionamentos dos comerciantes e moradores da localidade é: por que não foi viabilizada a execução de todas essas obras de uma só vez?
Outra reclamação é que, segundo os comerciantes, nem a prefeitura nem a concessionária de água enviaram comunicado específico para avisá-los da situação. "Eu acho uma falta de respeito com os empresários que pagam seus encargos. Simplesmente não mandaram nenhuma carta ou comunicado específico. Se você tira o fluxo de carros e pessoas, você tira o movimento da loja. Nosso movimento caiu 95%. Eu acho que deveriam ter feito uma reunião com os empresários e moradores da rua. Por que essa obra não foi feita durante o carnaval?”, reclama Donaldo de Ornellas, proprietário de uma loja de móveis do local.
Já o comerciante Giovane dos Santos lamenta a obra não ter sido feita junto com a colocação do asfalto, "porque aí não ia estragar o que já foi feito e, agora, precisar fazer tudo de novo”. A garçonete Rose Azeredo concorda que a economia local sai prejudicada: "Nós não ficamos sabendo de nada. O comércio em geral já está fraco, com essas obras piora”. Edivania Tardim, proprietária de uma loja de roupas, também lamentou: "A obra da ponte já prejudicou o comércio, a obra do asfalto também. É necessário, mas agora estão quebrando tudo de novo, vão fazer um novo remendo no asfalto que estava bom e com isso atrapalham o comércio. Meu movimento caiu estupidamente, porque não passa ônibus e os carros também não param por aqui. O comércio de Conselheiro sempre fica prejudicado; não é de hoje que isso acontece”.
Para a administradora do posto de combustível da localidade, Daniele Salomão, esse fecha e abre das obras se traduz em descaso com o dinheiro do contribuinte. "Fui surpreendida às 7h30 de quinta-feira quando um funcionário me chamou para avisar que estavam fechando o trevo. Era um funcionário da obra, não seria ele que deveria estar administrando o trânsito. Depois de já terem começado a chegar com os canos, nós ficamos sabendo que por causa da obra a rua seria fechada. O meu questionamento é: se nós ficamos com a ponte fechada por dois meses, por que não fizeram isso naquela época? Eu sou a favor da obra. Se tem que fazer e se é para melhoria, eles têm que fazer. Mas tem que ter uma comunicação e um entendimento entre os órgãos. Telefonia, internet, luz, gás, água tem que se comunicar para que o nosso dinheiro não seja jogado fora. Apesar deste posto de gasolina não ficar na rua que foi interditada, o meu maior movimento vem de dentro de Conselheiro Paulino e isso nos prejudica porque ninguém passa por aqui. Alguns dias de pouco movimento nós até conseguimos administrar, o pior acaba sendo o descaso com o dinheiro do contribuinte”.
Concessionária prevê reparo no asfalto essa semana
Em nota, a concessionária Águas de Nova Friburgo informou que a aplicação do asfalto para recomposição do pavimento original está programada para a próxima sexta-feira, 14. A empresa informa, ainda, que através de protocolo enviado no dia 14 de fevereiro, a intervenção na Rua João Alberto Knust foi comunicada previamente à antiga Autarquia Municipal de Trânsito (Autran), Faol e secretaria municipal de Obras, além da secretaria de Conselheiro Paulino. Um comunicado foi publicado também no Jornal A VOZ DA SERRA, no dia 28 de fevereiro (página 5), a fim de avisar aos moradores sobre a necessidade da interrupção.
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