Bruno Pedretti
As chuvas que caíram nos últimos dias em Nova Friburgo deixaram assustadas a população, que está em constante estado de alerta. Na última quarta-feira, 24, a Defesa Civil recebeu 12 chamados para ocorrências nas mais variadas localidades da cidade, porém sem nenhum registro mais grave. Apenas dois imóveis foram interditados nesse período de chuvas – que teve início no dia 18, último –, mas especificamente por conta da tempestade que caiu em menos de três horas no domingo, 21.
De acordo com os dados do caderno de registros da Defesa Civil, os moradores dos bairros Catarcione, Jardim Ouro Preto, Parque Maria Tereza, Lazareto, Olaria, São Geraldo, Duas Pedras, Lagoinha, Floresta, Parque das Flores e Santa Bernadete realizaram ligações denunciando algum tipo de ocorrência nos lugares.
A reportagem de A VOZ DA SERRA foi até o Catarcione e constatou que não houve queda de barreiras na Rua Romoaldo Machado, ao contrário do que foi veiculado em uma emissora de rádio da cidade. O chefe da Defesa Civil, tenente-coronel Roberto Robadey, afirma a possibilidade de que o número de residências interditadas possa aumentar.
“Fizemos uma triagem dos acontecimentos mais graves que ocorreram desde domingo e estamos enviando uma equipe de engenheiros a cada local. Talvez seja necessário interditar alguns deles”, revela.
Robadey diz que na manhã de ontem recebeu uma informação de que uma forte chuva com descargas elétricas poderiam atingir a cidade. “Tivemos um alerta às 7h da manhã desta quinta-feira de que estava entrando uma chuva na cidade, vinda de Minas Gerais, e ficamos atentos. Esta época do ano forma-se uma espécie de um canal que pega umidade da Amazônia e que passa por Nova Friburgo. Fomos avisados de uma grande carga elétrica acompanhada por chuvas passaria pela cidade, porém atingiu mais fortemente Duas Barras”, comenta.
Nova Friburgo possui 35 áreas de risco, e mais da metade das pessoas que sofrem com a possibilidade de queda de barreiras se concentram no bairro de Olaria. Cerca de 5,9 mil pessoas em toda cidade podem ser alertadas a qualquer momento, sendo que 3 mil dessas se encontram em Olaria.
“Em Olaria temos problemas com o risco de deslizamentos, além de desprendimentos de blocos de pedras da Pedra do Imperador. Isso já aconteceu algumas vezes em alguns locais de Olaria, e nessa área que pode ser atingida, muitas pessoas correm risco”, alerta.
O tenente-coronel disse ainda que o município está trabalhando para conseguir recursos na ordem de R$ 8 milhões para fazer um muro de contenção na Pedra do Imperador, o que deve minimizar o risco das pessoas que vivem na área ameaçada pelo desprendimento de blocos de pedra. Também farão parte do orçamento o distrito de Riograndina e Lazareto.
“Atenderemos Riograndina, Lazareto e Olaria no primeiro plano. Já no Vilage o problema é mais complicado, pois as obras no local são muito caras, e o município priorizou os bairros que reúnem mais moradores”, destaca Robadey.
As previsões, segundo o chefe da Defesa Civil, são de chuvas leves e moderadas por pelo menos mais cinco dias.
Sistema de rádio facilitará o trabalho da Defesa Civil
O chefe da Defesa Civil, Roberto Robadey, informou que o órgão recebeu uma doação de R$ 10 mil em equipamentos de rádios, ofertados por uma empresa da cidade que prefere não se identificar. “Estão sendo instalados dois rádios móveis nos veículos da Defesa Civil, uma base, além de uma repetidora no Caledônia. Isso facilitará demais o nosso serviço e otimizará os trabalhos”, garante Roberto Robadey.
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