O desabamento de um prédio no Rio de Janeiro em função da explosão de uma instalação irregular de gás serviu de alerta para todos nós. Você já avaliou as condições de segurança de sua própria casa? Se o fizer, talvez venha a descobrir que precisa melhorar as instalações e reconsiderar alguns hábitos. Muitos problemas poderiam ser evitados com atitudes simples. A revisão periódica nas instalações e algumas medidas preventivas são recomendadas, pois os acidentes domésticos estão entre as ocorrências mais freqüentes atendidas pelo Corpo de Bombeiros.
A seguir, o tenente-coronel Roberto Robadey, comandante do 6º GBM, fala sobre o assunto, especificando diversas situações de risco.
Cozinha
Nos edifícios tem que existir instalação de gás, com bateria fixa, em cilindros, item obrigatório em todo prédio construído depois de 1976. Mas já constatamos casos de pessoas que compram uma pequena botija de gás, que sai mais barato. Só que, na verdade, trazem uma ‘granada’ para dentro do apartamento, numa economia que não compensa. Estão arriscando a família e o patrimônio pessoal por muito pouco. É importante que os vizinhos denunciem, para que os bombeiros possam tomar providências. Se o porteiro constatar a entrada de botijas num edifício que tem a instalação de gás, deve denunciar.
Nas casas o botijão de gás tem que ficar fora da cozinha, em outro compartimento. E a mangueira não pode passar por trás do forno, pois isso pode aquecer e derreter a mangueira. Ocorre que, muitas vezes, a pessoa coloca o botijão lá fora e o ladrão leva. O jeito é colocar uma corrente.
Na cozinha deve-se tomar cuidado com crianças transitando, pois panelas quentes e óleo quente podem causar queimaduras graves. Até mesmo a embalagem plástica do óleo de cozinha pode se romper e começar um incêndio. Mas a pior imprudência é colocar a panela no fogo e sair um instante. E devemos ter cuidado também com o armazenamento de substâncias inflamáveis, remédios, produtos de limpeza. Nunca os deixar ao alcance de crianças.
Instalações elétricas
As instalações elétricas prediais e residenciais devem ser inspecionadas com freqüência e por um bom profissional. É importante evitar a sobrecarga e saber para qual carga a rede foi dimensionada. O uso do ‘benjamim’ não é recomendável e também não adianta fazer uma extensão e colocar mais tomadas, pois a instalação elétrica é a mesma. Tem que chamar um eletricista – principalmente em prédios antigos em que os fios já estão corroídos, que foram dimensionados para outros tempos, que não tinham tantos equipamentos eletrodomésticos – para verificar as instalações. Existem sinais que indicam problemas numa rede elétrica – disjuntor que começa a desarmar, por exemplo. Já foram constatados casos em que o disjuntor desarmava toda hora e a pessoa ia lá e amarrava o disjuntor. É claro que aí vai surgir um problema ainda maior. Outra ‘solução’ que costumam buscar é, por exemplo, trocar um disjuntor de 20 por um de 40, só que sem saber se aquela instalação elétrica pode suportar o dobro da carga. Por isso, o correto é chamar um profissional.
Outras instalações
Não se esqueça de verificar o pára-raios. Só empresas credenciadas podem fazer a instalação e a manutenção. É bom lembrar que o pára-raios radioativo está proibido no estado do Rio. Verifique a instalação de água, pois vazamentos já provocaram até deslizamento de barreira. Por fim, em qualquer desses itens, procure se adequar às normas técnicas. Consulte um especialista. Não acredite que está tudo certo: confira. Muitas vezes a pessoa pode é estar simplesmente dando sorte.
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