Prevenção é o que falta

quarta-feira, 17 de junho de 2015
por Jornal A Voz da Serra

O BRASIL NÃO se preparou para o envelhecimento de sua população e não tem estruturas adequadas para garantir dignidade e autonomia aos idosos, de acordo com avaliação da presidenta do Departamento de Gerontologia da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, Maria Angélica Sanchez. Ela alerta que um dos reflexos da falta de condições adequadas de moradia e de sobrevivência são os episódios de agressão aos mais velhos.

DE ACORDO com ela, não faltam políticas brasileiras para garantir o bem-estar do idoso. No entanto, leis como a Política Nacional do Idoso, de 1994, e o Estatuto do Idoso, de 2003, não foram colocadas em prática pelos governos municipais, estaduais e federal. “No Brasil, o arcabouço legal é avançado, mas o país envelheceu sem estar preparado”, disse Maria Angélica, quando se comemorou no dia 15 o Dia Mundial de Combate à Violência contra o Idoso.

PAÍSES EUROPEUS, como a França, desenvolveram políticas para evitar o abandono e garantir o mínimo de autonomia para os mais velhos. Em Paris, por exemplo, a prefeitura paga cuidadores para visitá-los todos os dias em suas próprias casas e ajudar em tarefas básicas, como banho, remédios e comida. Enfermeiros também visitam os idosos e dão atendimento em saúde, evitando o deslocamento para hospitais e a ida para instituições de longa permanência.

A POPULAÇÃO no mundo está ficando cada vez mais velha e, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), por volta de 2025, pela primeira vez na história, haverá mais idosos do que crianças no planeta. O Brasil, que já foi celebrado como o país dos jovens, tem hoje mais de 15 milhões de idosos, que representam mais de 8% de sua população. Em 20 anos, seremos o sexto no mundo com o maior número de pessoas idosas.

O DADO serve de alerta para que o governo e a sociedade se preparem para essa nova realidade não tão distante. No Brasil, são muitos os problemas enfrentados pelos idosos em seu dia a dia: perda de contato com a força de trabalho, desvalorização de aposentadorias e pensões, depressão, abandono da família, falta de projetos e de atividades de lazer, além do difícil acesso a planos de saúde são os principais.

O PROBLEMA do idoso, inclusive em Nova Friburgo, está na melhor adequação da infraestrutura pública para atender este contingente. Políticas e ações sociais de inclusão social devem ser implantadas proporcionando melhores momentos a este importante núcleo da população, que soma hoje no município mais de 25 mil pessoas, ou 15% de nossa população, segundo o IBGE.

A PREEFEITURA tem se preocupado em oferecer novos espaços de lazer à cidade, beneficiando inclusive os idosos. A remodelação de praças e o estímulo à convivência são fatores importantes que precisam continuar através de outras práticas, inserindo a “terceira idade” na vida ativa da cidade. Através de políticas públicas, será possível proteger mais os idosos e aprimorar as soluções para uma situação que tende a se agravar com o decorrer dos anos.

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