Uma grande operação, deflagrada conjuntamente pelas polícias Militar e Civil, com apoio do Ministério Público Estadual, resultou na prisão de lideranças do tráfico de drogas em Nova Friburgo. No total foram cumpridos 23 mandados de prisão e quatro de busca e apreensão. Batizada de Amálgama, a operação começou na quarta-feira, 21, e só terminou ontem, 22, com a prisão de 28 pessoas.
De acordo com o comandante do 11º BPM, coronel Eduardo Vaz Castelano, ainda na tarde de quarta-feira, policiais do Serviço Reservado do batalhão (P2) prenderam quatro suspeitos e apreenderam um adolescente, de 17 anos, no bairro Cordoeira. Com eles, foram encontrados 3.900 sacolés de cocaína, dois tabletes de maconha, além de quatro pistolas, munição, carregadores e três celulares. Parte do material estava enterrado em uma mata.
Já nas primeiras horas de ontem e sob chuva, 80 policiais, em 20 viaturas das duas polícias, saíram às ruas para cumprir 35 mandados de prisão temporária e outros 20 de busca e apreensão expedidos pela 2ª Vara Criminal de Nova Friburgo. A busca era por envolvidos com o tráfico de drogas no Alto de Olaria, bairro em que ocorreram recentes confrontos armados entre traficantes e forças policiais e, segundo a polícia, costuma haver o fluxo de criminosos vindos da Região Metropolitana do Rio.
Em um bar, na esquina das ruas Uruguaiana e Francisco Nicolau, os policiais encontraram grande quantidade de dinheiro, moedas, joias, celulares, relógios, ferramentas, material médico hospitalar e até um colete de uso restrito das Forças Armadas. A polícia suspeita que o estabelecimento era utilizado para a receptação de material furtado ou roubado e, ainda, de agiotagem para o tráfico. O proprietário do bar foi preso em flagrante e vai responder na Justiça por associação com o tráfico de drogas.
Segundo o delegado da 151ª DP, Henrique Pessoa, os materiais agora apreendidos serviam de moeda de troca para a compra de drogas. “O usuário de drogas furtava ou roubava um objeto nas ruas de Friburgo e trocava por drogas com um traficante que, depois, levava o produto do furto ou roubo até o bar, onde a mercadoria era colocada à venda. O dinheiro obtido com a transação era dividido entre o traficante e dono do bar. No local, drogas também eram vendidas”, disse o delegado.
A operação foi fruto de um trabalho de inteligência que começou no ano passado. As polícias Civil e Militar uniram as informações que obtinham sobre a atuação do tráfico no Alto de Olaria, por isso o nome Amálgama (fusão entre duas coisas), que resultou nos mandados de prisão e de busca e apreensão expedidos pelo Ministério Público Estadual.
“A operação deu um baque muito forte no tráfico de drogas da cidade. Prendemos elementos com atuações destacadas nas organizações criminosas. A partir de agora vai ser assim: a PM vai fazer operações sistemáticas com a Polícia Civil. E não vai ser só em Olaria, mas também em outros bairros onde há atuação de traficantes. Vamos continuar agora com outros inquéritos para investigar as relações”, garantiu o delegado Henrique Pessoa.
Todas as prisões efetuadas na Operação Amálgama, no entanto, são temporárias. Entre os mandados de prisão, um foi expedido para o suposto chefe do tráfico no Alto de Olaria, que já estava preso e agora vai responder por mais um crime. A Polícia Civil vai realizar mais oitivas pela cidade e perícias até concluir o inquérito, em cerca de 30 dias, que será enviado ao Ministério Público para deflagração da ação penal.
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