Presidente do Sindvest também alerta sobre crise no setor de confecções

Superação pode passar pela Fevest e pela união da categoria
domingo, 15 de março de 2015
por Jornal A Voz da Serra
Presidente do Sindvest também alerta sobre crise no setor de confecções
Presidente do Sindvest também alerta sobre crise no setor de confecções

Texto: Eloir Perdigão / Fotos: Amanda Tinoco

Dezoito meses. Este é o tempo que os empresários do setor de confecções devem levar para superar a atual crise do setor, segundo o presidente do Sindicato das Indústrias do Vestuário (Sindvest), Marcelo Porto. Ele concorda com as declarações do empresário João Machado, publicadas na coluna A Voz de Olaria na edição do último dia 4, de que a luz amarela está acesa no setor — e vai mais além: para ele, já acendeu a luz vermelha. 

DIFICULDADE & REINVENÇÃO - Marcelo Porto salienta que diante da situação de crise, se faz necessário o máximo de criatividade possível para alavancar os negócios. Ele lembra que os produtos do setor de confecções não são de consumo continuado, e sim, de impulso, e que deve haver investimento voltado para despertar o interesse do consumidor.

PROBLEMA DE TODA A CIDADE – Porto responde a uma indagação de Machado e afirma que o problema não afeta somente Olaria, mas toda a cidade — cada perda de posto de trabalho atinge toda uma família, e por conseguinte, outros setores. As demissões no setor foram mais de 400 no ano passado, que teve saldo negativo — o que não ocorria há muito tempo, nem mesmo na época da tragédia climática de 2011. 

AUMENTO DA CARGA TRIBUTÁRIA & PERDAS – Marcelo Porto chama atenção para o aumento não só dos custos fixos, como os impostos, como também dos variáveis. Para exemplificar, havia recebido a nova tabela das transportadoras, com variações de 14% a 17%. "A gente tem uma série de custos que não consegue repassar. Este deve ser um período de 18 meses de dificuldades e a ordem agora é tentar sobreviver.”

A preocupação aumenta à medida que já houve perda de 60% da indústria de transformação. O antídoto buscado é a maior capacitação do empresariado, realização de workshops, entre outras medidas. "Já que não dá para a gente brigar com a situação global, a gente vai tentar, pelo menos, ficar melhor do que os nossos competidores dentro do Brasil. Isto porque existem outros polos que estavam crescendo e que estão ameaçados. A diferença vai ser se a gente vai reagir apenas reclamando ou se a gente vai tomar medidas como temos tomado.”

Mas Porto frisa que do mesmo jeito que algumas empresas estão fechando, há outras crescendo. Isso é resultado da atitude não só do empresariado, mas de cada funcionário. "É isso que vai fazer a diferença: a nossa atitude. Ou queremos ou não lutar diante da situação.”

ESPERANÇA: A FEVEST – Para Porto, o empresariado friburguense tem um diferencial: a Feira de Moda Íntima, Praia, Fitness e Matéria-Prima (Fevest). Em 2014 já foi importante e a edição de 2015, num ano de dificuldades, será ainda mais. Até lá, Porto acredita que boa parte das empresas vai sobreviver — e outra parte deve ainda crescer. "Isso porque, apesar das dificuldades, algumas estão conseguindo crescimento. Não são as mais fortes nem as maiores, mas sim as mais adaptadas a esta crise”, argumenta.

PARCERIAS E UNIÃO - Para isso, algumas parcerias têm sido fundamentais. Instituições como a Firjan e o Sebrae proporcionam, por exemplo, cursos de capacitação. Através do Sindvest, Marcelo Porto tem trabalhado no sentido de difundir as empresas que estão dando certo neste momento de crise. "É importante, para mim, que o concorrente — que eu encaro como parceiro — possa se juntar a mim, e juntos, a gente vai ser forte a ponto de poder lutar e vencer esta crise, que não é a primeira nem vai ser a última. Pois se Friburgo é o que é, foi exatamente pelas atitudes do passado, quando diante das crises o pessoal, em vez de brigar, se uniu. E a chave do sucesso vai ser exatamente a união.”

Porto anunciou a realização de três seminários do Sindvest ainda este mês. Além disso, palestras devem ser realizadas e os meios de comunicação utilizados para difundir as novidades do setor. E outras informações também podem ser obtidas na sede do Sindvest (Avenida Ariosto Bento de Mello 65, Centro), no Sebrae (Rua Fernando Bizzotto 72, Centro) e no mais novo parceiro, o Senai Espaço da Moda (Avenida Conselheiro Julius Arp 85, Paissandu).

 

O presidente do Sindvest, Marcelo Porto, aposta na

Fevest e na união dos empresários para vencer a crise

 

Máquinas paradas: empresas operando com capacidade ociosa

 


A Fábrica de Ideias, empresa que organizou a Fevest nos últimos dez anos, não fechou acordo comercial para o evento em 2015. A empresa, que já tem eventos fechados em outros municípios, avaliou as condições comerciais e preferiu se dedicar a outros negócios este ano.

Liderada pelos publicitários Rodrigo Queiroz e Valéria Lattanzi (foto), a empresa tem apostado no mercado de comunicação e design e começou o ano com balanço positivo, conquistando novas contas publicitárias importantes nos últimos dois meses. 

Até o momento não foram divulgadas nem a empresa que fará a Fevest e nem outras informações das mudanças para a edição deste ano.



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