Presidente do Crea-RJ visita Nova Friburgo e avalia obras

Engenheiro reafirma compromisso da entidade com acompanhamento de reconstrução do município
segunda-feira, 11 de janeiro de 2016
por Ana Borges
Reynaldo Barros, presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio de Janeiro
Reynaldo Barros, presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio de Janeiro

Para o presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio de Janeiro, Crea-RJ, engenheiro Reynaldo Barros, as obras de macrodrenagens, construção de atirantados, reconstrução dos taludes, para contenção das encostas e prevenção das pedras que trazem perigo de rolamento, estão sendo realizadas, e continuam evoluindo. Ele também observou que a canalização das margens rio Bengalas já tem vários trechos concluídos e o trabalho vem sendo contínuo, também com ampliação de pontos estratégicos, para receber uma demanda muito maior de águas pluviais.

Ele alertou para a importância de um estudo hidrológico feito pelo Inea (Instituto Estadual do Ambiente) em relação ao aumento da capacidade de absorção da quantidade de água trazida pelas chuvas que vêm sendo cada vez mais frequentes e com jeito de tempestade, isto é, chuvas torrenciais. “A velocidade dessas águas que descem pelo rio Bengalas vão desaguar em Bom Jardim, e por isso, é necessário também que aquele município seja contemplado com um estudo para identificar a sua capacidade de receber uma quantidade maior de água. E então intervir com obras para adequar as calhas ao escoamento do volume pluvial que vai desaguar lá”, disse Reynaldo.   

“Embora ainda haja muitas situações de risco nas encostas de Nova Friburgo - aliás, um problema crônico no Brasil porque não cuidamos da prevenção, só nos preocupamos quando o problema surge -, vimos um número significativo de contenções prontas além de tantas outras em andamento. Essa tragédia ocorrida em 2011, de maneira torta, infelizmente, serviu para o poder público e a população prestarem mais atenção para as questões de estrutura, de habitação e de certos costumes, como fazer dos rios, lixeiras”, ponderou.    

Reynaldo Barros avalia que, caso haja uma enxurrada como a que houve há cinco anos, é possível que haja novos deslizamentos onde ainda não foram realizadas obras de contenção. “Nas encostas já devidamente protegidas, dificilmente voltará a ocorrer o mesmo fenômeno. Observamos várias ocupações com água escorrendo devido à impermeabilização provocada pelas construções, e em outras situações, o encharcamento do solo. Em ambos os casos, há perigo de deslizamentos. Há na região, ainda, uma série de pontos críticos”, alertou, destacando os riscos provenientes que a falta de planejamento faz, de um projeto para promover as intervenções necessárias no ambiente natural.

Sobre o Plano Diretor

O presidente teve a oportunidade de conhecer o Plano Diretor de Nova Friburgo e constatou inovações importantes. “Conceitualmente, se pretende valorizar determinados trechos ao longo de um bairro ou distrito mais populosos, mas afastados do Centro e das oportunidades, e criar um adensamento, com as devidas regras. Dando a essa comunidade a possibilidade de serviços, comércio, escolas, atendimentos, de forma geral, transporte, enfim, uma vida própria e autossuficiente. Para que o morador desse lugar viva num polo economicamente viável, e ao mesmo tempo tenha mobilidade pela cidade”, elogiou.

Também ressaltou que há muito a ser feito na região, particularmente em Nova Friburgo. “O que se pode extrair de positivo nessa tragédia, é que, com o desastre climático, criou-se um novo conceito de urbanismo, de um desenvolvimento planejado para a cidade. Eu penso que o Plano Diretor foi muito bem elaborado, por uma equipe técnica qualificada, que formulou um texto que primou por uma estruturação urbanística realista e responsável. Aliás, formação de equipes técnicas é fundamental em qualquer projeto de construção, seja de um prédio ou de uma cidade, e esse é um dos pontos que procuro valorizar na nossa área”, disse o engenheiro.

Do ponto de vista de risco, Reynaldo Barros considerou que a cidade diminuiu consideravelmente os números alarmantes de cinco anos atrás. E concluiu: “Também deu para perceber que o prefeito (Rogério Cabral) não interferiu no trabalho de seus técnicos. Eles trabalham com total autonomia, não há ingerência política, ele não cria nó político na ação técnica dos engenheiros. Pelo contrário, ele tem respeitado e privilegiado a atividade dos profissionais que trabalham na prefeitura. Reitero que precisamos continuar insistindo na nossa capacidade organizada de recuperação, com equipes de planejamento, e de contingências, o tempo todo. Vamos entender de uma vez por todas, que é mais inteligente investir um pouco sempre, do que ter que dispor de uma fortuna do dia para noite para enfrentar problemas dessa natureza”.

Sobre o Crea-RJ

O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea) tem por finalidade fiscalizar o exercício profissional da técnica executada pelas empresas de engenharia. Nele existe o instrumento chamado Anotação de Responsabilidade Técnica (ART),ao qual todo profissional da área deve estar submetido, para ser responsável pelo seu trabalho. O Conselho acompanha os procedimentos inerentes à realização de toda e qualquer trabalho de engenharia, através de um grupo que fiscaliza as obras em andamento em todos os municípios. Qualquer pessoa que tenha alguma dúvida ou denúncia a ser feita pode se dirigir ao representante do Crea em seu município, ou à própria entidade sediada no Rio de Janeiro.

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TAGS: Crea-RJ | Janeiro de 2011 | Plano Diretor
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