Eloir Perdigão
O novo presidente co Conselho Nacional das Entidades de Provedores de Serviços de Internet (Conapsi), o gaúcho Fabiano Vergani, há 30 dias no cargo, fez uma visita de dois dias à Gigalink, semana passada. Ele defende meios alternativos à grande mídia, geralmente caras para as pequenas e médias empresas de internet, para divulgar serviços e efeitos que os provedores locais têm na comunidade. Para descrever o foco da nova gestão, Vergani usa uma analogia avícola: “Cacarejar! O provedor tem que cacarejar mais: divulgar a sua relevância para a sociedade brasileira”, afirma.
Em entrevista a este jornal, Fabiano Vergani falou dos provedores locais em todo o Brasil, como o caso de sucesso da Gigalink em Nova Friburgo. Prestam serviços de internet em cidades polos menores, que não têm tantas possibilidades de serviços quanto os polos de grande porte, como capitais.
Vergani disse que os provedores prestam bons serviços de internet aos cidadãos. No entanto, muitas vezes não são reconhecidos pela sociedade. Além de prestar serviços de internet em localidades ‘sombrias’, onde a grande empresa não se apresenta, aí está uma pequena ou média empresa, disponibilizando esse serviço para a comunidade local. É o caso da Gigalink, um provedor que já é regional, atuando em diversas cidades do estado, a partir de Nova Friburgo.
O serviço prestado por esses provedores é muito importante para as comunidades, não só para inserir esse serviço fundamental na vida das pessoas, não só incluir digitalmente essas pessoas, mas por um fator econômico local importante, por empregar profissionais na própria cidade, gerar tributos, incluir digitalmente as pessoas, o que contribui para a economia local. Deixam nas cidades o capital intelectual, pessoas que têm oportunidade de atuar na área de tecnologia sem ter que sair para buscar outros mercados.
PIONEIRISMO COM CABO - Ao visitar a Gigalink, Vergani reconheceu o caso de sucesso que a empresa é no Brasil. A Gigalink foi o primeiro provedor de internet brasileiro a operar com cabo. E lá se vão dez anos. Quando os provedores surgiram, como o de Vergani, em Caxias do Sul, RS, trabalhavam com internet sem fio, à base de radiofrequência. O cabo era desconhecido, que assustava pelo preço e desafio para ser implantado.
Hoje no Brasil são 2.500 provedores que operam de forma regular, junto à Anatel, embora sejam mais de cinco mil em todo o Brasil. Referindo-se à Gigalink, Vergani elogiou o “visionário” Oswaldo Lucho, por ter iniciado a operação com cabo. “Isso é um modelo de negócio que tem de ser dito, cacarejado, como eu digo, e mostrado para o Brasil inteiro. O cabo só passou a ser mais adotado pelos provedores há três anos, o que confere mais velocidade ao assinante. Mesmo com as novas tecnologias, nada substitui o cabo”, afirma Vergani.
Segundo o presidente do Conapsi, 89% das pessoas desejam ter serviços de internet por cabo, por saberem ser mais estável, além de possibilitar outros múltiplos serviços, como TV, voz (telefonia), videomonitoramento, entre outros. “O cidadão comum, o consumidor, já identifica o cabo como o caminho para o serviço estável. Por isso, provedores locais do Brasil inteiro aportam em Nova Friburgo para visualizar esse modelo de referência”.
RECONHECIMENTO À GIGALINK – Fabiano Vergani citou que sua visita a Nova Friburgo é um reconhecimento do Conapsi a esse trabalho pioneiro da Gigalink. “E principalmente para mostrar aos provedores que existe um modelo vencedor que deve sim ser copiado, e quem sabe, ser até melhorado, porque ter uma estrutura como a gente presencia aqui, de uma pequena empresa fazer frente às grandes corporações desse setor, é realmente algo inédito e isso nós temos que mostrar para todo o mercado, para toda a sociedade brasileira”.
Vergani diz que muitas vezes os provedores locais são subestimados pelo setor por acharem que, por serem pequenos, não têm condições de prestar um bom serviço. “Isso me chateia muito, como brasileiro, porque normalmente nosso setor é pautado por grandes operadoras internacionais, os grandes desenvolvedores tecnológicos do nosso planeta são internacionais, e nós aqui somos espectadores. E trazer tecnologia como a gente vê aqui na Gigalink é algo que nós temos que dizer para as pessoas para confiarem no serviço local, estadual e nacional”.
O presidente do Conapsi ressalta que existem provedores nacionais já desenvolvendo projetos de cidades digitais com cem por cento de capital financeiro e intelectual brasileiros, como em Canela (RS). “Esses feitos do provedor local têm que ser mostrados”, acentua Vergani, com reflexos no bom serviço prestado à clientela.
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