"Aqui (na Toyoserra) eu vi muitas boas práticas e a implementação de novas ideias"
AVS: A Toyota fabrica quase dez milhões de carros a cada ano, no mundo inteiro. Para uma companhia globalizada e deste porte – a segunda maior fabricante de automóveis do mundo – qual é a importância dos mercados brasileiro e sul-americano?
A região latino-americana sempre foi muito importante para a Toyota, e uma prova disso é que nossa fábrica em São Bernardo do Campo-SP foi a primeira da Toyota a ser aberta fora do Japão. Em 2018 vamos completar 60 anos na América Latina, e a situação agora é que somos uma das regiões com maior potencial de crescimento. Dentro deste cenário o Brasil é muito grande, e a população tem muito potencial para que possamos incrementar as vendas de veículos.
AVS: A Toyota já tem uma participação grande no mercado brasileiro, que continua crescendo e já está próxima de 10%. Existe alguma meta de crescimento para os próximos anos? Se sim, de que forma pretendem alcançá-la?
Na realidade nós não trabalhamos com uma meta de market share (fatia de mercado). Nosso principal propósito é brindar nossos clientes com os melhores produtos e serviços, e como consequência sabemos que a base de clientes irá aumentar. O mais importante é que queremos ter um crescimento sustentável, não apenas aqui, no Brasil, mas no mundo inteiro. O maior reflexo disso é que nossas vendas, ainda com o mercado em queda, continuaram a crescer todos os anos. E outra prova de nosso crescimento sustentável, por exemplo, é que fomos a única marca que não demitiu nenhum funcionário. Esses são dados que comprovam a forma como estamos pensando todos os mercados.
AVS: A filosofia de melhoria contínua mudou não apenas a indústria automobilística, mas todo o meio empresarial. Essas visitas que o senhor tem feito às unidades são parte desta filosofia? É possível adaptar essa filosofia para a realidade brasileira, por exemplo?
Sim, com certeza! Primeiro, porque parte desta nossa filosofia diz que devemos estar perto do mercado, e este é o primeiro objetivo de minha visita. Desde que cheguei ao Brasil, em janeiro deste ano, estou visitando quase todas as cidades para entender as particularidades de cada mercado. E depois, para estar perto de nossos parceiros ou concessionários. E, falando de melhoria contínua, que no Japão chamamos Kaizen, o melhor exemplo foi essa visita a Nova Friburgo. Aqui (na Toyoserra) eu vi muitas boas práticas e a implementação de novas ideias. E isso responde sua segunda pergunta, que sim, aqui no Brasil dá para implementar essa filosofia.
AVS: Então podemos entender que as concessionárias possuem alguma autonomia para aplicar esse método e buscarem soluções próprias?
Rafael Chang
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