Fatalidade. Não existe outra palavra para explicar o acidente que matou o canoísta Alexandre Mattos Faria, no último domingo, 27, em Sana, distrito de Macaé. Muito chocado, o amigo e sócio do atleta, Heberson Lamblet, esteve na redação de A VOZ DA SERRA para esclarecer alguns pontos do ocorrido. "Nunca existiu tromba-d’água ali. Eles (Alexandre e José Rios) estavam com equipamento top de linha, importados, como se fossem a nossa ‘Ferrari’. O Alexandre era muito experiente, tinha 15 anos de canoagem e, posso dizer, era o mais cauteloso de todos”, afirma Heberson, que é o atual presidente da Africa (Associação Friburguense de Canoagem), da qual Alexandre fazia parte. "Não tem explicação. Acho que só a vontade de Deus.”
Ele conta que antes de iniciar a canoagem, no domingo, os dois se falaram pelo celular: "Ele estava muito feliz. Depois eles entraram no rio, José Rios foi na frente e esperou o Alexandre, que não apareceu. Ele voltou, mas não tinha mais como salvá-lo. Não temos como saber exatamente o que aconteceu, mas nós temos um conhecimento técnico muito grande. Somos os treinadores oficiais do Grupo de Buscas e Salvamentos, o GBS, do Corpo de Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro. Nossa equipe faz esse trabalho e ele era um dos instrutores. Aquela região (Lumiar-Sana) é o nosso quintal. Conhecemos cada pedaço de lá. Na verdade, acabamos fazendo tudo, instruímos os turistas, evitando muitos acidentes, somos salva-vidas — já salvamos uma família inteira, uma vez. Limpamos a sujeira deixada por alguns e até orientamos os motoristas, mostrando onde podem estacionar. Nós amamos o rio, a natureza”, diz Heberson, explicando a diferença entre rafting e canoagem em caiaque de corredeira: "O Alexandre não estava praticando rafting, como foi noticiado. Rafting é quando se desce o rio em bote inflável, é uma modalidade mais turística. A Lumiar Aventura, da qual Alexandre era meu sócio, oferece esse passeio aos turistas e friburguenses. Mas o que nós praticamos é a canoagem em caiaque de corredeira”.
Vice-campeão estadual duas vezes e com um título de campeão brasileiro na categoria turismo sênior, Alexandre era advogado e terceiro-sargento da Brigada Paraquedista, mas a paixão mesmo era a canoagem. "Em esportes radicais, nossos limites estão colocados a prova o tempo todo”, diz o presidente da Africa, ressaltando que os riscos do esporte são minimizados por eles pela grande experiência, utilização dos melhores equipamentos, respeito às regras de segurança e, no caso, alto conhecimento do rio. "O que nos conforta é que ele estava fazendo a coisa que mais gostava na vida”, ressalta Heberson, acrescentando que, em breve, haverá uma homenagem a Alexandre. "Ele era muito querido. Não podemos marcar ainda uma data porque muita gente está querendo vir, inclusive de outros municípios. Todos ficaram muito tristes com essa fatalidade. Ele era um cara do bem.”
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