Diego Vieira
Na última quarta-feira, 25, o projeto Quartas na história deu um passo adiante nas intenções do título. O auditório da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL-NF) foi palco da apresentação do novo portal digital do Pró-Memória. O escritor, pesquisador e chefe de divisão do Centro de Documentação do Pró-Memória, Nelson Bohrer, o Guguti, foi quem conduziu a apresentação. Com o slogan O passado presente no futuro digital, Nelson revelou a prévia do que os internautas poderão encontrar a partir do dia 16 de maio no portal do Centro de Documentação D. João VI.
A iniciativa de digitalizar o Pró-Memória surgiu de Guguti e do historiador Carlos Jayme Jaccoud, que, como contaram durante o evento de lançamento do portal, começaram o processo de digitalização na entrada de garagem de Jayme. Fotografavam cada documento, pendurado por um pregador num varal a céu aberto. A experiência foi o impulso inicial para o surgimento do portal, servindo para refinar a técnica.
Para Guguti é importante que ocorra uma conscientização da relevância de um sistema de arquivamento como o existente no Pró-Memória e, mais ainda, que estes mesmos arquivos se mantenham em bom estado de conservação. E foi exatamente para que os milhares de documentos, fotos e artigos fossem preservados que surgiu o Centro de Documentação D. João VI.
Abrigado no site www.djoao vi.com.br, a versão digital do Pró-Memória funciona desde o dia 5 de junho de 2008, 200º aniversário da chegada da família real ao Brasil, e foi fruto de quatro anos dos esforços pessoais de Guguti e Jayme. Para tanto, tomaram como base a compreensão pós-moderna de que a história presente é incapaz de se solidificar, estando sempre apta à mudança e à colaboração de outros indivíduos, contribuindo para a necessária compreensão dos fatos. Para isso, a exemplo de outros sites de arquivamento, como a Wikipédia e o site da Biblioteca Nacional, os dois disponibilizaram ferramentas no site que abrem caminho para o envolvimento de todos os interessados.
A ideia é que os leitores participem ativamente das atualizações do portal, além de facilitar o contato entre colecionadores, pesquisadores e curiosos em geral. O site também proporcionará um espaço para que moradores de outros municípios possam fazer o upload, isto é, adicionar nos arquivos digitais do Pró-Memória fotos e documentos referentes a outras cidades. Além disso, visa-se a criação de células de acesso em pontos diversos, como escolas, faculdades, o Centro de Turismo, lanchonetes e outros, com a intenção de democratizar, verdadeiramente, a informação.
Presenças e ausências sentidas
Durante a apresentação lamentou-se a ausência de Thereza Albuquerque Mello, que torceu o pé e não pôde estar presente. A importância de Thereza foi destacada através das palavras do engenheiro e historiador Raphael Jaccoud, falecido em 2007, que escreveu sobre ela: “Sinceramente, não fosse uma demonstração de egoísmo impossível, teria vontade de pedir a Deus, para o bem da memória de Nova Friburgo, que Thereza fosse eterna”. A frase foi tirada de um depoimento assinado por Jaccoud e apresentada num telão.
Jayme Jaccoud bem que tentou, mas não pôde conter a emoção em seu breve e bem-humorado discurso. Além de relembrar os anos de preparação do site, Jayme também agradeceu a todos que tornaram possível a realização de “um dos mais modernos sites do Brasil”, conforme frisou em suas palavras.
O prefeito Heródoto Bento de Mello aproveitou a ocasião para lembrar a beleza escondida em Friburgo. Comprometendo-se a fazer do Pró-Memória uma subsecretaria, Heródoto lembrou ainda que muitas vezes temos pouca percepção da beleza que nos rodeia. E terminou fazendo um convite a todos os friburguenses: “Nova Friburgo é muito bonita. Vamos nos apaixonar por ela”.
Por fim, o evento abriu espaço para que os presentes eliminassem suas dúvidas e ainda recebessem um convite de Guguti para integrar o projeto do novo Pró-Memória.
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