ATÉ AGORA, causa surpresa a turistas e friburguenses a indefinição acerca do destino do terreno desapropriado pela prefeitura na Praça do Suspiro, esquina com a rua General Osório. Trata-se de uma área nobre da cidade, cuja destinação permanece sem qualquer perspectiva de utilização.
EM 2009, o governo municipal criou o Conselho Municipal do Patrimônio Cultural, através da lei municipal 3.794/09, com a finalidade de proteger através de mais um organismo cerca de 250 imóveis de valor histórico e cultural. Embora oficializado no governo do ex-prefeito Heródoto, até hoje ainda não apontou caminhos para a guarda e a conservação desse acervo. Até o momento a cidade não conhece as suas linhas de ação nem os imóveis a serem protegidos.
O CONSELHO veio se somar ao Conselho Municipal de Cultura na fixação de políticas públicas e mostra, teoricamente, a preocupação com o patrimônio friburguense que vem ao longo dos anos sendo deteriorado pelo tempo, pela má conservação e pela indiferença dos governos. Hoje temos quatro órgãos cuidando do nosso patrimônio, porém estes devem caminhar de forma articulada e com objetivos claros e definidos.
A PREOCUPAÇÃO com o patrimônio não é apenas dos nossos governantes. Por diversos pontos do município espalham-se prédios que ainda não foram catalogados e que podem se perder pela insensibilidade dos homens. São incontáveis os casos de demolição e de abandono de prédios de valor arquitetônico permitindo que parte preciosa da nossa História virasse poeira. Os exemplos são conhecidos de todos.
O PATRIMÔNIO histórico friburguense vem se ressentindo de medidas protecionistas, capazes de garantir a arquitetura e o paisagismo da cidade, preservando seus bens e incentivando a preservação também por parte dos proprietários de imóveis. Um exemplo que perdura é o da Praça do Suspiro. Com a conclusão do Corredor Cultural, a praça merece um estudo para adequá-la à importância do conjunto de prédios ali localizados.
TAMBÉM OS prédios particulares de valor histórico devem receber atenção, quando se fala na preservação, em cultura e história de Nova Friburgo e muitos deles estão à mercê do tempo e da falta de dinheiro. A deterioração do Park Hotel, no Parque São Clemente, por exemplo, é uma lamentável ocorrência contra a nossa riqueza cultural, que denigre a imagem turística do município e agride a autoestima friburguense.
NOVA FRIBURGO vem assistindo ao crescimento urbano, à expansão imobiliária e à ocupação de suas áreas de risco, tornando o planejamento urbano um desafio que não pode aguardar soluções futuras. Medidas preventivas devem ser tomadas, organizando o crescimento em modelos com as aspirações de qualidade de vida que todos desejam. Este é o maior patrimônio.
O ESFORÇO da secretaria de Cultura encontra ressonância em diversos segmentos. O Conselho Municipal de Cultura está preparado para cumprir suas metas dentro da conformidade que exige o Ministério da Cultura, qual seja o de se tornar gestor do Fundo Municipal de Cultura, além de interagir de forma efetiva com o poder público para iniciar esta nova fase de trabalho no município.
A SOCIEDADE pode vislumbrar um horizonte mais claro para os projetos culturais e ganhará muito com a profissionalização do setor, aliando as produções com os projetos governamentais. E, o que é mais importante, contando com verbas oficiais para o desenvolvimento das atividades, deixando a incômoda posição de mero pedinte, obtendo o reconhecimento do governo. É preciso que tais organismos de proteção façam, agora, a sua parte.
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