FINALMENTE foi divulgado o impacto da corrupção nas contas da Petrobras, com a publicação do balanço revisado por auditores independentes. A dinheirama apurada na Operação Lava Jato apontou para um valor de R$ 6,2 bilhões dos R$ 21,6 bilhões que a empresa teve como prejuízo em 2014.
OS DADOS apresentados na última quarta-feira, curiosamente no dia da comemoração do Descobrimento do Brasil, são os números do balanço auditado, sem ressalvas, depois de todo o descrédito enfrentado pela empresa nos últimos meses. A transparência exigida pelo mercado revela um rombo profundo, porém, inferior às especulações.
É COM ESSES números que os investidores vão trabalhar a partir de agora. O presidente Aldemir Bendine e o ministro Joaquim Levy esperam que seja o ponto de partida do renascimento da maior empresa do país, dilapidada pela ganância de políticos nos últimos anos.
A DIVULGAÇÃO dos dados não atende apenas à expectativa de acionistas, credores e investidores. Significa também um ponto para a subida da reconstrução da empresa, como prevê o ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Há, portanto, muito mais do que números elevados em jogo e é por isso que o assunto interessa a todos os brasileiros.
SEM RESULTADOS auditados, ficaria difícil para essa que é a maior empresa do país, e hoje a mais endividada petrolífera do planeta, continuar a atrair investidores. Ainda mais que o escândalo envolvendo alguns de seus mais influentes servidores coincidiu com uma queda brusca e acentuada da cotação internacional do petróleo.
MESMO ÀS voltas com a sua maior crise, a estatal conseguiu assegurar empréstimos significativos, que a tornaram mais endividada, mas a livraram de uma situação de insolvência. E ainda se dispôs a vender ativos, para reduzir a instabilidade. Depois desse primeiro passo, a estatal precisa reforçar seus programas de governança, além de apostar num conselho de administração mais profissional e menos suscetível a indicações políticas.
ESPERA-SE que as práticas de melhor governança se transformem em regra no governo do PT, não apenas na Petrobras, como também em outras unidades ligadas ao governo federal, como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Caixa Econômica Federal.
O RECADO VALE para todo o governo federal, que está diante da oportunidade de revisar a composição dos órgãos consultivos de outras estatais, hoje mais preocupados em acomodar aliados políticos com remunerações excessivas que a efetiva contribuição a ser dada à administração pública. Aguarda-se que o lamentável episódio se transforme num alerta educativo contra os maus políticos e governantes interessados apenas no poder, desprezando as boas intenções que prestigiam o nome do Brasil.
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