Prefeitura vai definir se carretas voltarão a circular no Centro em horário de pico

Após quatro meses de teste, governo municipal discutirá assunto com representantes do transporte de carga nesta sexta-feira
quinta-feira, 31 de março de 2016
por Alerrandre Barros
Carreta no centro de Friburgo antes da proibição (Foto: Lúcio Cesar Pereira/Arquivo A VOZ DA SERRA)
Carreta no centro de Friburgo antes da proibição (Foto: Lúcio Cesar Pereira/Arquivo A VOZ DA SERRA)

Ao que tudo indica, as carretas e caminhões articulados não poderão mais trafegar pelo centro de Nova Friburgo — em horário de pico —, conforme deseja a Secretaria municipal de Ordem e Mobilidade Urbana (Smomu). Nesta sexta-feira, 1º, a Prefeitura fará um balanço da medida que proibiu, por quatro meses e em caráter experimental, esses veículos de circularem das 16h às 19h, de segunda a sexta-feira, no eixo de perímetro urbano da RJ-116, no sentido sul, entre o trevo de Duas Pedras e a Praça Marcílio Dias, no Paissandu.

“Durante os últimos 120 dias fizemos um teste na cidade. Agora, vamos nos reunir para avaliar os impactos da mudança no trânsito para saber se o fluxo de veículos melhorou no Centro no fim das tardes, período de maior movimento”, disse o secretário da Smomu, Haroldo César Pereira. “Se concluirmos que a medida foi positiva, as carretas só poderão circular nos horários permitidos pela Prefeitura”, explicou.

Em dezembro, os veículos pesados de transporte de carga foram proibidos de trafegar no Centro após decreto do prefeito Rogério Cabral. Durante quatro meses, as carretas e caminhões articulados não podiam passar pelas avenidas Presidente Costa e Silva, Rui Barbosa, Santos Dumont, Galdino do Valle Filho e Padre Roberto Sabóia de Medeiros, no sentido Rio de Janeiro. O trecho tem cerca de 3,5 quilômetros e recebe veículos de pelo menos cinco cruzamentos, onde o trânsito dá nó quase todos os dias, sem contar o fluxo de veículos com destino aos municípios vizinhos.

O presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Carga de Nova Friburgo (Setcanf), Jackson Thedim, participará da reunião com a Smomu e acredita que o decreto será revogado pelo governo municipal. “Eu espero bom senso porque o transporte de cargas não é o maior problema do trânsito no município, mas, sim, o excesso de carros e também os ônibus. Eu não entendo por que todos os coletivos precisam vir ao Centro. A implantação do sistema BRS seria uma alternativa para isso”, sugere o empresário. “Nos últimos meses os rodoviários respeitaram a proibição, mas eu não senti expressiva mudança no fluxo de veículos após a mudança na circulação das carretas”, disse.

O gerente do Sest/Senat, serviços ligados à Confederação Nacional do Transporte (CNT), concorda com Jackson Thedim. Para Eduardo Brito, a cidade precisa de investimentos para a construção de vias alternativas para escoar os veículos. “Os caminhões não são os vilões do trânsito. Há excesso de carros e poucas rotas em Friburgo. A cidade é um vale. O que a Prefeitura deveria priorizar, na minha opinião, é a construção de vias alternativas para os motoristas, como a Avenida Brasil, que, às margens do Rio Bengalas, conectaria Duas Pedras e Conselheiro Paulino”, sugere.  

A Prefeitura de Nova Friburgo defende que a medida é importante porque a cidade recebe fluxo intenso na RJ-116 de carretas de cargas pesadas que vêm dos municípios do Centro-Norte fluminense, da Região Metropolitana e também da capital. “Com base nos estudos que foram feitos pelo município, um cálculo apontou que o trânsito de carretas no trecho chegava a cerca de 100 carretas por hora. Isso gera um grande transtorno, pois coincide com horário de saída dos colégios e das fábricas”, justificou o governo em dezembro. Outro argumento para a mudança no trânsito das carretas é o número de acidentes envolvendo esses veículos e também caminhões.

Durante o período em que a proibição esteve em vigor na cidade, os motoristas desavisados que descumpriram o decreto não foram multados pela Smomu. Eles puderam estacionar os veículos no recuo próximo à praça do pedágio, em Furnas, e também próximo ao posto da Ceasa, na RJ-130, estrada que liga Nova Friburgo à Teresópolis, mas muitos só passaram pela cidade durante os horários permitidos pela Prefeitura.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
TAGS: Trânsito
Publicidade