Prefeitura já reservou R$ 2 milhões para a Praça Getúlio Vargas

Ações para a revitalização do espaço tombado foram discutidas na Câmara e no MPF
quarta-feira, 03 de julho de 2019
por Alerrandre Barros (alerrandre@avozdaserra.com.br)
A Praça Getúlio Vargas (Henrique Pinheiro/ Arquivo AVS)
A Praça Getúlio Vargas (Henrique Pinheiro/ Arquivo AVS)

Integrantes do grupo de trabalho encarregado de revisar o projeto de revitalização da Praça Getúlio Vargas, no Centro de Nova Friburgo, apresentaram em audiências públicas realizadas na última segunda-feira, 1º, na Câmara de Vereadores, e também na última sexta-feira, 28 de junho, no Ministério Público Federal (MPF), um resumo das ações realizadas até agora. 

Coordenado pelo presidente da Fundação Dom João VI, Luís Fernando Folly, o grupo formado por especialistas nas áreas de arqueologia, engenharia florestal, agronomia e paisagismo analisa o projeto executivo produzido em 2014 pela empresa Technische, a pedido do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), para a recuperação da praça projetada pelo paisagista francês Auguste François Marie Glaziou e tombada como patrimônio histórico. 

Esse estudo, junto com outro realizado pela Universidade Estácio de Sá, balizou uma operação desastrada de poda e corte de árvores, realizada pela Prefeitura de Nova Friburgo em 2015, que culminou no corte raso de eucaliptos centenários sem necessidade. A ação alterou características da praça conhecida como a “Catedral de Eucaliptos” e provocou comoção na cidade. O caso foi parar no MPF. 

“O grupo de trabalho está fazendo uma análise do projeto da Technische para ver o que pode ser aproveitado dele”, disse Luís Fernando Folly. “Também já estão em andamento outras ações, como a licitação para compra de um caminhão com plataforma para a realização correta das podas e a produção de um laudo fitossanitário, que analisa a saúde das árvores e deve ser realizado pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ)”, completou Folly.

Projeto de arqueologia

Nas audiências públicas, o grupo apresentou também conceitos de um anteprojeto de arqueologia para a praça. Em fase inicial, o estudo arqueológico pretende recuperar itens de valor histórico, como os tanques projetados por Auguste Glaziou. O projeto original do renomado paisagista dividia a praça em três segmentos. Em cada segmento existia um espelho d’água. Hoje sabe-se que dois dos tanques que formavam esses espelhos permanecem no espaço. 

O grupo ainda vai iniciar as discussões a respeito do projeto de manejo da praça. Segundo Folly, serão convidados a participar das discussões um grupo de gestores de jardins históricos formado por membros da Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da Fundação Casa de Rui Barbosa, além integrantes do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), de São Paulo, para a formulação de um plano municipal de manejo do patrimônio arbóreo.

Folly informou também que metade dos R$ 4 milhões a serem aplicados nas atividades de revitalização da Praça Getúlio Vargas já foram reservados pela Prefeitura de Nova Friburgo, conforme determinou o Ministério Público Federal (MPF). O restante dos recursos devem ser liberados pelo governo municipal no próximo ano. O dinheiro deve ser aplicado na compra do caminhão, no laudo fitossanitário e outras ações futuras, como nova iluminação da praça, aquisição de mobiliário etc. 

As audiências públicas na Câmara e no MPF tiveram a participação de representantes do Iphan do Rio de Janeiro, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Nova Friburgo e entidades da sociedade civil, como o grupo Abraço às Árvores - SOS Praça Getúlio Vargas que vem mostrando preocupação quanto aos estudos de impacto ambiental e os futuros procedimentos de escavação do projeto de arqueologia.

 

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