Quem foi ao Posto de Saúde Sylvio Henrique Braune nesta quarta-feira, 24, em busca de vacina contra a febre amarela precisou ter bastante paciência. Isso porque, já por volta das 9h a fila para imunização já alcançava o Teatro Municipal Laercio Ventura, há cerca de 200 metros da unidade. Para alguns a espera foi superior a quatro horas. E a maior reclamação de quem aguardava pela dose era a falta de uma fila prioritária, principalmente para as crianças.
Em nota, a Secretaria municipal de Saúde informou que, após verificar o problema, priorizou o atendimento de portadores de necessidades especiais e logo em seguida organizou fila para os demais grupos prioritários. A pasta ainda pediu a compreensão de todos nesse momento de grande procura garantindo que “há doses suficientes para atender toda a população”.
O impressionante aumento na procura por vacinas nesta semana se deu principalmente após a morte do jovem metalúrgico Marlon Dutra, de 21 anos, na última segunda-feira, 22. Marlon teve a doença confirmada na semana passada e faleceu após cinco dias internado no Instituto Nacional de Infectologia da Fiocruz, no Rio de Janeiro.
Caso confirmado em Duas Barras
Além do caso do jovem friburguense na segunda, no início da noite desta última terça-feira, 23, o governo do estado ainda confirmou o primeiro caso de febre amarela em Duas Barras. Segundo a prefeitura do município, a paciente é uma mulher, de 40 anos, moradora do bairro Ponte Preta, zona rural da cidade. Ela estava internada em um hospital particular de Nova Friburgo, mas já recebeu alta.
Vale lembrar que o próximo sábado, 27, será de dia D de vacinação. Todas as unidades de saúde de Friburgo, incluindo o Posto de Atendimento do Terra Nova, farão a imunização das 9h às 16h. Quem se vacinou em anos anteriores não precisa tomar nova dose da vacina.
Macaco encontrado morto
Na última segunda-feira, 22, um macaco foi encontrado morto em Conquista, no distrito de Campo do Coelho, região que, inclusive, tem recebido uma campanha de vacinação itinerante esta semana. A informação foi divulgada pela prefeitura nesta quarta. Ainda segundo o município, o animal foi encaminhado para a Unidade de Medicina Veterinária Jorge Vaitsman, no Rio, onde passará por uma análise, que ainda não possui previsão de quando terá resultado divulgado.
É importante esclarecer que o macaco não é o transmissor da febre amarela e tampouco culpado pela doença. Por ser uma das vítimas, ele, inclusive, é muito importante para o monitoramento da febre amarela. Quem encontrar algum primata morto deve entrar em contato com a Vigilância Ambiental pelo telefone (22) 2543-6293.
A família de Marlon, sepultado na manhã desta terça-feira, 23, no cemitério de Riograndina, disse ao Globo que o rapaz foi três vezes a um posto de vacinação com amigos neste ano, mas acabou não tomando nenhuma dose de proteção contra a doença. "Todos os amigos que foram com ele tomaram a vacina e ninguém sabe por que ele não quis tomar. Talvez seja pelo boato de que a vacina cause reações adversas. Isso o povo fala, mas ele deveria ter tomado", contou a prima dele, a costureira Amanda Moraes Dutra, de 29 anos.
Marlon morava com a mãe e um casal de irmãos em em um local cercado por mata, onde o rapaz fazia trilhas de motocicleta todos os fins de semana com amigos e familiares. Era trabalhava como metalúrgico na Stam. Antes de adoecer, Marlon abriu com parentes e amigos uma trilha em um local de mata, mas só ele foi infectado. Ele fazia parte de uma equipe de motociclistas chamada "Carangos e Motocas". Seu corpo foi sepultado com uma camisa da equipe com a inscrição nas costas "Marlon Dutra 117". Além disso, ele integrava a "Trilha Noel", motociclistas que saem às ruas em busca de doações de brinquedos para distribuir a crianças carentes de Nova Friburgo.
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