Rios limpos novamente. Finalmente os friburguenses passarão a contar com o tratamento que merecem. A primeira Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), em Olaria, será inaugurada neste dia 13. Foram seis meses de obras para dar forma à segunda maior estação do projeto, que prevê a construção de mais outras cinco unidades. Nos próximos três anos, serão construídas as ETEs no Centro, Cônego, Conselheiro Paulino, Ponte da Saudade e Córrego Dantas. Juntas vão tratar cerca de um bilhão de litros de esgoto, ou seja, 90% de todo o esgoto da cidade. Volume que hoje é jogado in natura nos rios locais.
Segundo o prefeito Heródoto Bento de Mello, o início da solução deste antigo problema é uma das maiores conquistas desta sua quarta gestão.
“Uma cidade como Nova Friburgo ainda não contar com o tratamento de seus esgotos era uma chaga com que convivíamos. Temos um município com um dos melhores climas do país, de belezas naturais esplêndidas e emoldurado por um expressivo remanescente da Mata Atlântica”, afirmou.
Para o chefe do Executivo, a cidade dispõe de uma estrutura completa de serviços, é um centro comercial expressivo no interior e praticamente a capital de uma região com mais de dez municípios, a Centro-Norte fluminense.
“E era exatamente o saneamento que faltava para podermos dizer, em alto e bom som, que temos sim qualidade de vida”, destacou o prefeito, que logo que assumiu, no início do ano passado, propôs à concessionária as mudanças no projeto que anteriormente contemplava apenas uma estação de tratamento.
Concluindo, o prefeito disse ainda que se sente honrado, como cidadão e gestor público, de ter a oportunidade de ver a realização – mais do que a obra – deste verdadeiro sonho da população, principalmente a oito anos de Nova Friburgo completar seu bicentenário.
COMO FUNCIONARÁ A ETE-OLARIA
Localizada em uma área de dois mil metros quadrados, na Avenida Conselheiro Julius Arp, a ETE-Olaria foi projetada para receber um volume aproximado de 310 milhões de litros de esgoto por mês, beneficiando cerca de cinquenta mil friburguenses de 13 bairros do entorno. Além da estrutura arquitetônica diferente dos modelos convencionais de estação de tratamento de esgoto, incluindo o projeto paisagístico feito pelo escritório Burle Marx, a tecnologia utilizada também inova.
Pela primeira vez no estado do Rio de Janeiro, uma empresa de saneamento vai utilizar o sistema MBBR – Moving Bed Biologic Reactors –, permitindo que cerca de 95% da matéria orgânica seja removida durante o processo de tratamento do esgoto. Uma vez captado pelos interceptores, o esgoto chega à estação. As duas primeiras etapas são o hidrociclone e a peneira rotativa, onde são retiradas as partes sólidas do esgoto. Em seguida, vem o tanque anóxico, uma espécie de câmara sem oxigênio onde o nitrogênio (N2) do esgoto é retirado.
Depois, segue para os tanques aerados quando milhares de microorganismos se alimentam de toda matéria orgânica. Saindo do tanque o esgoto vai para o decantador, onde o excedente de lodo é decantado. Após essa etapa, o lodo é seco na centrífuga e encaminhado para o aterro sanitário. Já o esgoto tratado é finalmente devolvido aos rios. Um processo inovador que necessita de um espaço relativamente pequeno, sem ruídos e sem emissão de odores.
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