Uma secretaria estratégica. Desta forma a própria subsecretária Dulce Ângela Procópio de Carvalho definiu a pasta, a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços, a qual representou no município na terça-feira, 20, quando foi recebida pelo prefeito Heródoto Bento de Mello e pelo secretário Geral, Braulio Rezende Filho.
Acompanhada do empresário pousadeiro Roberto da Silveira, que integra o Arranjo Produtivo Local (APL) de Mury, do qual a própria subsecretária participa, Dulce Ângela justificou seu primeiro contato com o novo governo do município, ao qual colocou à disposição o poder de articulação de sua secretaria. Ela sugeriu e tratou de diversos temas em que o governo do estado e a Prefeitura de Nova Friburgo poderão atuar conjuntamente, em busca do desenvolvimento regional.
Dulce Ângela, que descobriu Mury no trabalho que vem desempenhando na APL, comprou um sítio há um ano e dois meses naquele distrito e ficou encantada quando o prefeito lhe falou sobre o conceito de parque municipal para Nova Friburgo. “A senhora comprou uma propriedade num parque”, disse Heródoto, explicando o que vem defendendo ultimamente. “Exatamente isso, pois temos 1.009 quilômetros quadrados, dos quais apenas dois por cento são de cidade. Então, somos um parque que contém uma cidade”, disse o prefeito, debruçado sobre um mapa e arrematando: “Sou o gestor da cidade e gerente do parque”.
Vivamente empolgada com a ideia, a subsecretária Dulce destacou que o prefeito está certíssimo. “Belo parque, bela ideia e um belo projeto, principalmente levando em consideração que o município possui 90% de vegetação remanescente da Mata Atlântica do estado”, disse, declarando-se ainda “feliz por ficar sabendo desse novo momento, dessas novas ideias para um município como Nova Friburgo, que temos acompanhado e precisa tanto de um novo impulso”.
A subsecretária Dulce fez diversas sugestões e apontou várias possibilidades de iniciativas, principalmente com potencial para geração de postos de trabalho no setor de serviços. Ela mencionou, por exemplo, na área de serviços, empresas de call center e de compensação de cheques, “que são atividades da chamada indústria limpa, por não poluírem, empregam um público jovem e mão-de-obra de fácil qualificação, que atraem as necessidades de um número considerável de atividades nos ramos de operadoras de telefonia, cartões de crédito, provedores de internet, TVs por assinatura, entre outros”.
TURISMO
O prefeito aproveitou para dizer à subsecretária que é no setor de turismo, sobretudo, que precisa de ajuda. Depois de explanar sobre suas principais propostas e ideias no governo, o engenheiro Heródoto falou sobre a formação e o crescimento da cidade, destacando as colonizações suíça e alemã, bem como de diversos outros países, e o trabalho do imigrante no desenvolvimento local e regional. Ele voltou a citar o exemplo do barão de Nova Friburgo, que em 1863 construiu a Estrada de Ferro Cantagalo, ferrovia de 200 quilômetros, em boa parte serra acima, o que mostrou o poder desbravador do imigrante.
Lembrando que Nova Friburgo foi formada fora dos caminhos de penetração nacional, o prefeito ressaltou que tal fato obrigou a cidade a forjar suas próprias necessidades. “Essa vantagem acabou se tornando um problema com o advento da globalização”, afirmou Heródoto, para justificar que a cidade começou a enfrentar, a partir da década de 90, um esvaziamento econômico, que a indústria da moda íntima vem sustentando há um bom tempo. “Mas essa atividade é incipiente. Sofremos agora a ameaça da concorrência chinesa, por exemplo. Só temos um caminho para o futuro: o turismo e a cultura”, defendeu o prefeito, falando ainda sobre os quatro esteios em que Nova Friburgo se apoia. “São dois pilares físicos, a natureza e a própria cidade, que é linda, e dois esteios éticos, a história e o povo, nos quais temos que nos fundar para fazer o nosso futuro. Temos que usar as nossas matas e o nosso clima com todo o poder de sedução, por exemplo, aos europeus. Temos que saber vender nosso clima e nossas matas. No turismo é que precisamos de ajuda para alavancar a economia da cidade”, declarou Heródoto.
Concordando plenamente com o prefeito, Dulce Ângela frisou que “turismo é desenvolvimento econômico”, lembrando que “no caso de Nova Friburgo o turismo sustentável deve ser a principal preocupação, no sentido de não impactar exatamente esse grande potencial que é a natureza”. A subsecretária deixou o Palácio Barão de Nova Friburgo entusiasmada com as propostas e disposta a voltar mais vezes para ações conjuntas com o governo municipal.
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