Arquivo de Notícias
Prefeito firma parceria com japoneses para fortalecer ações de prevenção a desastres naturais no município
quarta-feira, 30 de outubro de 2013
por Jornal A Voz da Serra
Nova Friburgo foi uma das três cidades brasileiras selecionadas pela Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica) para participar do Projeto de Fortalecimento da Estratégia Nacional de Gestão Integrada de Desastres Naturais, primeira grande iniciativa de cooperação técnica entre os governos do Japão e do Brasil, cujo objetivo é aprimorar e fortalecer as práticas de gestão, arranjos cooperativos entre os entes federativos, técnicas e métodos relacionados aos macroprocessos de gestão integral de riscos de desastres naturais (prevenção, monitoramento e alerta, preparação, resposta, recuperação), por meio da transferência de conhecimento japonês e cooperação entre os entes envolvidos. As outras duas cidades escolhidas foram Petrópolis (RJ) e Blumenau (SC). Por este motivo, o prefeito Rogério Cabral esteve ontem, 29, em Brasília, para sacramentar a participação de Nova Friburgo no projeto-piloto. O encontro aconteceu no Ministério das Cidades.
O prefeito Rogério explicou que o projeto será desenvolvido ao longo de quatro anos. Está prevista a vinda de 40 peritos japoneses em especialidades como política de gerenciamento de desastres, avaliação e mapeamento de risco, previsão e alerta, regulamentação e planejamento do uso da terra, planejamento de prevenção e recuperação, enchentes e meteorologia. O projeto inclui também capacitação por meio de treinamentos no Japão de mais de 20 técnicos brasileiros.
Os três municípios escolhidos para fazer parte do projeto têm histórico de problemas de deslizamento de terras. O documento de cooperação da Jica diz que, com a iniciativa pioneira, busca-se "que os municípios-pilotos tornem-se referência nas melhores práticas de gestão integral de riscos no Brasil”.
Para o prefeito Rogério Cabral a cooperação japonesa "é uma excelente oportunidade para que sejam aprofundados os estudos sobre solo friburguense e para que o município venha a obter melhor conhecimento e recursos financeiros para prevenir e fazer frente às ações contra possíveis desastres naturais”.
Segundo membros da Jica, "além de ocorrer uma transferência de conhecimento com os pesquisadores japoneses, o intuito do projeto é criar um espaço de discussão e de trabalho integrado dos atores federais, representados pelos Ministérios: Estaduais, com o Departamento de Recursos Minerais (DRM) e Instituto Estadual do Ambiente (Inea); e Municipais com as suas respectivas representatividades”. O pesquisador Leandro Torres, do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, acrescentou: "Nas três cidades brasileiras, os japoneses orientarão o governo brasileiro a tornar as cidades mais resilientes (com poder de recuperação) com o menor número possível de perdas humanas em caso de desastres naturais”.
Prefeito terá ainda vasta agenda em quatro ministérios esta semana
Também ontem, 29, o prefeito Rogério Cabral foi recebido no Ministério da Educação para dar mais um passo na implantação do polo universitário na Fábrica Ypu, através da ampliação do campus da Universidade Federal Fluminense (UFF). Os três integrantes da Comissão de Educação da Câmara — Marcelo Verly, Pierre Moraes e Cláudio Damião — também participaram do encontro na capital federal.
O prefeito Rogério Cabral terá outros compromissos importantes em Brasília até amanhã, 31. Ele tem agenda confirmada nos ministérios das Cidades, Educação, Turismo e ainda na Secretaria Nacional de Aviação Civil.
No Ministério das Cidades, nesta quarta-feira, 30, o prefeito Rogério Cabral pleiteará a prorrogação do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC-1) para que Nova Friburgo possa utilizar uma sobra de recursos de R$ 4 milhões em novos projetos de saneamento e prevenção às chuvas em Conselheiro Paulino. A situação será discutida com o secretário executivo do Ministério das Cidades, Osvaldo Garcia.
Na quinta-feira, 31, o prefeito Rogério Cabral será recebido pelo secretário executivo do Ministério do Turismo, Sérgio Braune Solon de Pontes, para tratar de vários projetos de interesse do município e ainda terá uma agenda com o assessor especial da Secretaria de Aviação Civil, Mário Rodrigues Júnior, para dar andamento ao projeto de construção de um aeroporto de pequeno porte em Nova Friburgo, cujo projeto vem sendo conduzido pelo governo federal.
Secretário de Fazenda reúne empresários para tratar do condomínio em Conquista
Na manhã de terça-feira, 29, o secretário municipal de Fazenda, Juvenal Condack, participou de reunião com empresários no Salão Azul da Prefeitura a fim de dar continuidade a assuntos relativos ao Condomínio Empresarial que está sendo implantado em Conquista, no distrito de Campo do Coelho. O bom número de participantes deixou o secretario entusiasmado. Representantes da Companhia de Desenvolvimento Industrial do Estado do Rio de Janeiro (Codim) também marcaram presença na reunião.
A reunião de trabalho serviu para confirmar o interesse dos empresários em se transferir para o condomínio e conseguir dados e necessidades de cada um. Nova reunião já está marcada para o dia 12 de novembro, com a presença do prefeito Rogério Cabral e do secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado, Júlio Bueno, a quem serão levadas as informações colhidas na reunião de terça-feira.
Segundo Juvenal, o projeto está sendo bem aceito pelos empresários. "Pela presença aqui hoje pode-se chegar à conclusão que sim. A receptividade é a melhor possível.”
Juvenal Condack considerou a reunião produtiva
Moradores de São Pedro não aceitam redução da largura de sua principal rua
Projeto do Estado prevê melhorias em praça, mas estreita rua considerada já apertada para o movimento atual e ainda proíbe estacionar no centro da vila
João Carlos Leal
As associações de moradores (Amasps), de agricultores familiares (Afasps) e do comércio (Acisps) de São Pedro da Serra querem que o polêmico projeto do governo do estado de "Requalificação Urbana e Ambiental” desista de estreitar parte da Rua Rodrigues Alves, única via de acesso à maior parte das casas, lojas, restaurantes e pousadas da vila. A posição foi tomada após reunião aberta à comunidade na noite de quinta-feira, 24. A redução dos seis metros e sessenta centímetros que a rua tem hoje de largura para apenas cinco metros — e justamente num trecho que já apresenta trânsito complicado — foi muito criticada. A manutenção da largura atual é considerada uma questão inegociável. Segundo agricultores que participaram do encontro, com cinco metros de largura será impossível, por exemplo, que dois caminhões passem um pelo outro, o que pode tumultuar bastante o escoamento da produção agrícola local. Além disso, com a rua mais estreita, o vaivém de caminhões pode ainda dificultar a convivência do setor agrícola com os moradores do centro da vila e ainda com outros setores econômicos, como o comércio e o turismo.
Outro ponto polêmico do projeto abordado durante a reunião é o que pretende limitar as vagas de estacionamento a apenas seis, e todas localizadas perto da praça, na entrada de São Pedro da Serra. Alguns moradores até aceitam o fim das vagas ao longo do meio-fio, que atualmente ocupam parte do espaço da faixa de rolamento e também atrapalham o tráfego. Mas mesmo eles querem que o projeto garanta um estacionamento, estilo "espinha de peixe”, em duas áreas livres e públicas, logo no início Rua Rodrigues Alves. As vagas foram consideradas fundamentais para atender a necessidade de quem reside distante — às vezes a mais de dez quilômetros — e precisa recorrer ao posto de saúde, escola, correios, farmácia, mercado, padaria e outros serviços que são oferecidos no centro de São Pedro.
PRODETUR – O projeto que pretende mudar a cara de São Pedro da Serra faz parte de um pacote de obras de quase R$ 200 milhões, o Programa de Desenvolvimento do Turismo do Estado do Rio (Prodetur-RJ), que conta com financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Para a região, o Prodetur apostou no que foi batizado de Projeto de Requalificação Urbana e Ambiental e destinou R$ 6,4 milhões. Com essa verba, o governo do estado pretende modificar três praças de Lumiar, uma de São Pedro, além da pavimentação, rede de drenagem, iluminação, equipamentos urbanos e calçadas de ruas das duas vilas. O Prodetur começou a ser negociado há mais de três anos e tem o intuito de promover melhorias em vários destinos turísticos do interior do estado, localizados próximos à capital, como Visconde de Mauá, Ilha Grande, Cabo Frio, Petrópolis e as vilas de Lumiar e São Pedro da Serra.
Mas, embora o convênio com o BID exija a participação da sociedade civil organizada, nas duas vilas de Nova Friburgo isto não aconteceu. Em 2010 representantes do Estado chegaram a promover uma reunião para colher opiniões sobre as melhorias mais necessárias. Saíram de São Pedro com um pedido de uma rua alternativa para desafogar a Rodrigues Alves. Dois anos depois, voltaram com um projeto de reforma que estreita parte da via.
INFORMAÇÕES – Os moradores que participaram da reunião de quinta-feira e as associações que têm discutido o projeto desde o início do ano reconhecem alguns pontos positivos nas obras. O projeto final prevê, por exemplo, a criação de duas áreas de lazer, em frente uma da outra, que se tornariam, na prática, duas novas pracinhas. Mas reclamam de não serem ouvidos, nem informados com antecedência sobre nada. Um bom exemplo foi o movimento mais recente do governo do estado: embora tenha marcado a licitação das obras para as 14h do próximo dia 13 de novembro, até hoje nenhum representante do governo estadual procurou a comunidade para informar sequer o básico: como é o projeto, quando a obra vai de fato começar, como será feita, quanto tempo vai durar e que mudanças provocará na rotina das vilas. As plantas das obras, obtidas e projetadas durante a reunião de quinta-feira em São Pedro da Serra, só foram localizadas graças a um morador atento ao que é publicado no Diário Oficial. E, para baixá-las, foi preciso a ajuda de um especialista em informática. Só assim foi possível saber o que o Estado pretende fazer na vila. Mas ainda não se sabe como o Estado fará a obra. Especialmente como garantirá o fluxo de mercadorias, o escoamento da produção rural e a atratividade turística da vila durante os 12 meses de obras. Para conhecer esses detalhes e levar as preocupações e posições de moradores e entidade de São Pedro da Serra manifestadas durante a reunião de quinta passada, deve acontecer neste dia 31, às 11h, na Prefeitura, uma reunião com representantes dos governos estadual e municipal.
PRAÇA – Além de considerar fundamental a manutenção da largura atual da Rua Rodrigues Alves e a criação de alguma opção de estacionamento, os moradores presentes à reunião pediram uma série de pequenas alterações no projeto de reforma da principal praça da vila. Foram solicitados que os bancos fossem distribuídos, como hoje, em torno do perímetro da praça, e em maior número do que o previsto no projeto. Foi pedido ainda que o chafariz atual seja apenas consertado em vez de substituído por uma estrutura maior, muito mais cara, mais complexa e de difícil manutenção como a que, segundo o projeto, pretende criar uma "bruma” no centro da praça. E, se nada disso for possível, que o novo chafariz perca o talude em sua volta e seja deslocado para que tome menos espaço e possibilite o uso da praça para festas e feiras, como é comum acontecer.
Depois de muito discutir, os moradores aceitaram — também com ressalvas — outro ponto polêmico do projeto, que prevê espalhar placas com poesias pela praça. A planta da arquiteta responsável determina a instalação de 15 delas, todas em aço cortem, com dois metros quadrados, ao custo de mais de R$ 4 mil cada. Alguns dos presentes salientaram que, embora entendam que a verba do Prodetur só possa ser aplicada em obras ligadas ao turismo, sentem certa indignação ao saber que o Colégio José Martins da Costa, pertencente à rede pública do Estado, precise de R$ 40 mil para construir uma sala para sua biblioteca, enquanto o mesmo governo do estado pretende gastar R$ 66 mil só para espalhar placas com pequenos trechos de obras de poetas e escritores nacionais pela grama da praça.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Publicidade
Deixe o seu comentário