Leonardo Lima
Durante 18 dias Nova Friburgo recebeu uma série de atrações nacionais e internacionais que lotaram tanto o Teatro Municipal quanto o palco da ilha do Country Clube. As mais variadas opções agradaram os friburguenses e turistas que aqui estiveram durante esse período. “O 9º Festival Internacional de Inverno de Nova Friburgo foi, sem dúvida, a maior manifestação cultural que a cidade já teve. Tivemos desde atrações populares até conhecidos nomes da música erudita. O povo de Nova Friburgo está de parabéns, pois compareceu em todas as atividades. Isso mostra o quanto as pessoas gostam de música boa”, afirmou o prefeito Heródoto Bento de Mello em entrevista exclusiva para A VOZ DA SERRA.
Segundo ele, assim como é importante a população ter acesso à educação, ao mercado de trabalho e à saúde, também se faz indispensável o acesso à cultura. “Precisamos insistir na formação cultural das pessoas. A partir daí vem todo o resto, como a religiosidade, o amor pela pátria e por Nova Friburgo. Ainda que se diga que promover festivais não dá votos, para mim não importa. O que importa é oferecer um produto de qualidade às pessoas. Este é o nosso dever”, ressaltou Heródoto. O prefeito agradeceu o apoio do governador do estado, Sérgio Cabral, e de todos que contribuíram para a realização do festival e ainda fez uma homenagem inusitada. “Quero saudar Dom João VI e todos os suíços que deixaram sua terra natal para vir para cá. Sem eles não teríamos Nova Friburgo. Em 2018 a cidade vai comemorar seus 200 anos e estamos nos preparando para fazer uma festa de arromba”, anunciou.
Quem também manifestou toda sua alegria pela realização do festival foi o secretário municipal de Cultura, Roosevelt Concy. “Esse festival tem a marca do amadurecimento na relação entre os seus nove anos e a população friburguense. Desde o fim do festival de 2009 as pessoas já nos cobravam e davam sugestões de atrações para a edição deste ano. Isso mostra o interesse que o povo nutre por essa que é uma das maiores produções culturais do interior do estado do Rio”, disse. De acordo com Roosevelt, uma série de fatores contribuiu para o sucesso do festival. “Este ano ampliamos para 18 dias de programação, estendendo as atrações por mais um fim de semana. Como resultado, verificamos toda a ocupação da rede hoteleira da cidade e recriamos para Nova Friburgo os bons tempos, quando tínhamos atrativos que faziam com que o turista buscasse a serra para passar sua temporada de inverno. Outro diferencial foi a entrada franca, que permitiu o acesso de todos”, ponderou.
Além disso, Roosevelt credita o sucesso do festival (que está inserido entre os dez melhores do país, segundo o site www.uol.com.br) aos convênios firmados. “Em parceria com o Counry Clube, particularmente acredito que demos mais um grande passo no que diz respeito ao processo de democratização da cultura. Gostaria de agradecer ao seu presidente, Antônio Baptista, às secretarias de Governo, Comunicação, Saúde, Ordem Urbana, Esportes, Turismo e Assistência Social, à Autran, ao Corpo de Bombeiros, Polícia Militar e à diretora da Dell`Art, Mirian Daulsberg. Esse festival não é um produto só da Secretaria de Cultura, e sim, de uma ação de todo o governo”, frisou Roosevelt.
O secretário explicou que o principal intuito da iniciativa é o desenvolvimento não só de Nova Friburgo, mas de toda a região. Roosevelt ainda revelou que há projeto da criar uma temporada de inverno. “O frio não é algo prejudicial à cidade, e sim o seu diferencial. Queremos produzir uma série de atividades ligadas à gastronomia, à moda, ao esporte e a diversas outras áreas, fazendo com que durante os três meses de inverno Nova Friburgo receba uma série de atividades que estarão ancoradas a esse festival.”
Manhã de domingo contou com recreação e concerto da Euterpe
A programação do último dia do Festival de Inverno de Nova Friburgo foi aberta com atividades recreativas e esportivas, promovidas nas dependências do Country Clube. A garotada se divertiu a valer com oficinas de pintura e confecção de pipas, jogos de peteca e de dama. Um estande do projeto Acerte o Passo, da Secretaria Municipal de Esportes, ofereceu gratuitamente ao público aferição da pressão arterial e dos níveis de glicose.
No fim da manhã, o destaque foi o concerto com a Banda Euterpe Friburguense, sob a regência do maestro Nelson José da Silva Neto, o Nelsinho. Os músicos da ‘Centenária das Centenárias’ agradaram em cheio, com uma apresentação que primou pela musicalidade e bom gosto do repertório, composto por clássicos nacionais e internacionais. Destaque para as homenagens a Ary Barroso, cujas composições estão entre as 20 mais gravadas do planeta, e ao inesquecível Tom Maia. Um pout-pourri com sucessos do saudoso cantor encerrou em alto estilo a apresentação.
A bela manhã de sol contribuiu para o sucesso do evento, marcado pela alegria, confraternização e celebração à cultura. Durante o concerto da Euterpe, o apresentador lembrou que a estreia de Nelsinho como maestro titular da banda foi num festival de inverno.
Em grande estilo, Petrobras Sinfônica encerrou o festival
Uma das mais conceituadas da América Latina, a Orquestra Sinfônica da Petrobras, dirigida por Isaac Karabtchevsky, se apresentou na noite de domingo, 1º de agosto, no palco da ilha. No repertório, clássicos da música erudita de países como Itália, Rússia, Alemanha e, é claro, Brasil. “É um imenso prazer estar aqui. Espero que todos vocês curtam um grande espetáculo. Não somos funcionários da Petrobrás, mas recebemos há duas décadas patrocínio exclusivo dela”, afirmou o maestro Carlos Prazeres, antes do início do concerto.
Num belo cenário, com direito a céu estrelado e lua cheia, a orquestra iniciou sua apresentação com o número A força do destino, de Giuseppe Verdi. Em seguida, o público teve a oportunidade de conferir Uma noite no Monte Calvo, de Modest Petrovich; Os mestres cantores de Nuremberg, de Richard Wagner; e Lo Schiavo, de Carlos Gomes. Na parte brasileira do espetáculo, a orquestra tocou Bachianas nº4 e Trenzinho Caipira, de Heitor Villa-Lobos. Finalizando a apresentação e também o festival deste ano, Batuque, de Oscar Lorenzo Fernández, foi aplaudida de pé.
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