Um dos rotarianos pioneiros de Nova Friburgo – foi um dos fundadores do clube local, na década de 1940 –, o engenheiro Heródoto Bento de Mello foi recebido na noite de quinta-feira, 15, para o primeiro jantar do Rotary Club após sua posse como prefeito. Foi a 28ª reunião conjunta dos cinco clubes rotários de serviços locais, durante a qual o chefe do Executivo fez uma explanação sobre suas metas e linhas de atuação no governo. Em dezembro último o Rotary já havia homenageado o prefeito por sua eleição para este quarto mandato.
Com a mesa principal composta pelos presidentes Antonio Carlos Celles Cordeiro (Rotary Club Nova Friburgo), José Antonio Verbicário Carim (Suspiro), Edson Borges (Caledônia), Silvio Salgado (Mury) e Marcelo Teles Brito (Imperador), além do prefeito e palestrante da noite, ao fim do encontro o presidente Antonio Carlos Cordeiro anunciou oficialmente uma campanha de adesão de novos sócios inspirada no movimento Nova Friburgo 200 Anos. O secretário municipal de Comunicação, jornalista Girlan Guilland, também secretário executivo do NF 200 Anos, participou como convidado do encontro.
Segundo ele, um levantamento recente revelou a existência de 185 rotarianos no município, número superior ao de Campos e quase próximo ao de Niterói. O desafio proposto é que, no menor espaço de tempo possível, os rotarianos cheguem a 200 sócios, quando seria realizada uma festiva para comemorar o feito. Antonio Carlos ainda completou a proposta, sugerindo que o próprio prefeito fosse padrinho do 200º sócio e justificou que a campanha também é uma homenagem a Heródoto, “cuja vitoriosa trajetória nas últimas eleições se iniciou sob a inspiração do movimento que propõe preparar a cidade para o seu bicentenário, em 2018”. O presidente do Rotary Caledônia, Edson Borges, lembrou que faltam apenas 15 sócios, exigindo que cada clube consiga três novos integrantes.
Os quatro grandes pilares
O prefeito iniciou sua palestra fazendo um retrospecto histórico do município, voltando a destacar – como tem insistido ultimamente – na força e no pioneirismo dos imigrantes. “O imigrante é um desbravador”, disse, acrescentando que Nova Friburgo foi constituída pelo trabalho e esforço dos imigrantes. Em sua fala o prefeito voltou a destacar as potencialidades do município, com base nos quatro grandes pilares – natureza, história, cidade e povo – que vem ressaltando.
Falando ainda da colonização, lembrou o pioneirismo dos diversos povos colonizadores, ressaltou o empreendedorismo dos barões de Nova Friburgo, destacando, sobretudo, a iniciativa de fazerem, nos idos de 1860, uma ferrovia de mais de 200 quilômetros serra acima, com recursos precários. Lembrou do processo de industrialização promovido pelos alemães e disse que em boa parte a educação do povo friburguense foi feita pela formação alemã, através das fábricas, que eram verdadeiras escolas.
Heródoto ainda destacou a bravura das mulheres que iniciaram o polo de moda íntima e que seguraram a economia local. Disse, entretanto, temer hoje a concorrência chinesa e acrescentou: “Vivemos os tempos áureos de Nova Friburgo, mas nos últimos anos a cidade passa por uma fase bastante difícil”.
Cercados de ouro
O engenheiro e prefeito falou sobre o que considera caminhos possíveis para a retomada e o resgate do desenvolvimento da cidade e comparou a situação atual com o hipotético caso de alguém que visite o Banco Central: aquelas paredes são verdadeiros cofres; estão abarrotadas de ouro, mas nem se percebe. “Estamos cercados de ouro por todos os lados. Temos riquezas a explorar, mas nem sabemos como”, disse o prefeito, referindo-se aos recursos naturais, ao verde e à beleza da cidade, além da riqueza histórica e as características especiais do povo.
Voltando a defender sua tese de que Nova Friburgo é uma cidade dentro de um parque, de acordo com proposta recentemente formulada em reunião com o Instituto Estadual de Florestas (IEF), o prefeito Heródoto ressaltou sua ideia de transformar o município no primeiro parque municipal do Brasil. “Não sou apenas o prefeito. Sou o gestor de um parque e gerente de Nova Friburgo. Temos apenas dois por cento de cidade. O mais é ouro a nossa volta. Nossa maior riqueza são as nossas matas e, por conseguinte, o nosso clima, um dos melhores do país”, destacou.
Heródoto ressaltou ainda que temos estradas cênicas, uma cidade bonita e brincou, arrancando gargalhadas da assistência: “E não temos dado atenção e valor a essa beleza, como quem tem uma mulher bonita em casa, mas nem repara e quer namorar a mulher do vizinho”. O prefeito ainda disse que temos apenas umas duas favelas: “Gente, isso é fácil de resolver. É só nos dispormos a fazer e consertar o que é preciso”. Criticando aqueles que enfeiam a cidade, disse, por exemplo, que não admitirá que pendurem nada em marquises e concluiu, considerando fundamental fazer de Nova Friburgo, além de um polo cultural, atraindo as universidades e estudantes de várias regiões, também um polo turístico. “O turismo é a grande saída que nos resta para reerguer a economia da cidade”, frisou Heródoto, concluindo: “Estamos acabando, se continuarmos como estamos vamos acabar. Está na hora de uma solução, que não pode ser feita por um só. Nova Friburgo precisa progredir. Na Prefeitura farei o máximo que puder e, evidentemente, conto com todos os senhores”.
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